VOLTAR

STJ mantém com proprietário fazenda ocupada por pataxós

A Tarde-Salvador-BA e Site do STJ-Brasília-DF
19 de Mar de 2004

A Fazenda Iracema, ocupada por índios da comunidade Pataxó, localizada nos municípios baianos de Pau Brasil e Itaju do Colônia, no Sul da Bahia, continua pertencendo ao fazendeiro Augusto Cesar de Magalhães Ribeiro Coelho.

É que a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou improcedentea medida cautelar interposta pela União buscando reverter a reintegração do fazendeiro na posse da área da Fazenda A reintegração havia sido autorizada por liminar do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, sediado em Brasília (DF).

A União entrou com a medida cautelar tentando dar a um recurso especial que pretendia ver analisado pelo STJ o efeito de manter a decisão do TRF que autorizou a reintegração pelo fazendeiro em suspenso até o julgamento final do recurso. O orgumento foi o perigo da demora para os indígenas, devendo a questão ser resolvida com base nos preceitos constitucionais que reconhecem a proteção dos direitos dos silvícolas.

Afirma o Governo Federal que a propriedade encontra-se em terras da União, em terras da Reserva Indígena Caramuru-Paraguaçu. Entende que o juiz se equivocou ao entender que não teria havido demarcação de terras indígenas e que seria necessário investigar tal aspecto, concedendo a posse a particulares.

Para o governo, não há dúvidas que a área é tradicionalmente ocupada por índios, reconhecida por perícia antropológica e pelo próprio TRF em outros processos.

No ano passado, o relator da medida no STJ, ministro José Delgado, já havia negado liminar à União. Decisão mantida pelo presidente do tribunal, ministro Nilson Naves, durante o recesso do Judiciário.

O ministro relator José Delgado considerou, "se de um lado a Constituição Federal confere proteção às terras "tradicionalmente" ocupadas pelos índios, por outro, também confere proteção ao direito de propriedade".
Informação do site do STJ

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.