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State Grid olha aquisições e vai participar de leilões

Valor Econômico, Empresas, p. B2
29 de Set de 2017

State Grid olha aquisições e vai participar de leilões

Rodrigo Polito

A gigante chinesa State Grid Corporation of China (SGCC) avalia novas oportunidades de aquisições de empresas e ativos no Brasil e pretende participar dos próximos leilões de linhas de transmissão.
Segundo o diretor-geral da área internacional da companhia, Zhu Guangchao, as condições da economia brasileira estão melhorando e a empresa tem planos de crescimento no longo prazo no país, apesar de não ter divulgado uma meta para os próximos anos.
"A taxa de juros está reduzindo. E a taxa de crescimento da economia está cada vez melhor. A State Grid mantém a estratégia de investimentos de longo prazo. Com certeza nossos negócios no Brasil vão
crescer. Vamos participar ainda mais nos projetos de leilões", disse o executivo, que participou ontem, em Paracambi (RJ) do lançamento da pedra fundamental das obras do segundo linhão que escoará energia da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, para o Sudeste.
A chinesa investirá R$ 9,6 bilhões no empreendimento, que terá 2,518 mil quilômetros de extensão de linhas, passando por cinco Estados (Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro). O projeto prevê 4,6 mil torres de transmissão e duas subestações de grande porte, sendo uma em Paracambi e outra em Anapu (PA).
Questionado sobre oportunidades de aquisições de empresas e ativos no Brasil, o principal executivo da área internacional do grupo State Grid disse que a empresa está "avaliando várias oportunidades".
"Precisamos de tempo para avaliar para ver quais ativos têm melhor sinergia com o que já temos aqui", completou.
Zhu destacou que, desde 2010, quando a empresa chegou ao Brasil, sempre esteve confiante com relação ao país, mesmo nos momentos difíceis, devido à transparência das regras. "Estamos muito satisfeitos com nossos resultados de investimento e desempenho de nossas empresas [no Brasil]. Temos confiança nesse mercado. Nos últimos dois anos, passamos por tempos difíceis e continuamos investindo e fechamos o negócio [aquisição do controle] da CPFL [em julho do ano passado, o que demonstrou nossa confiança [no país]", explicou ele.
Com relação ao linhão, a expectativa, segundo Paulo Esmeraldo, vice-presidente, da Xingu Rio Transmissora de Energia (XRTE), sociedade de propósito específico (SPE) criada para tocar o projeto, é que a linha entre em operação até dezembro de 2019.
Dos R$ 9,6 bilhões de investimentos previstos, cerca de R$ 3 bilhões serão financiados pelo BNDES.
Segundo Esmeraldo, a empresa já solicitou o financiamento ao banco estatal, pela linha Finem. Da cifra restante, metade será bancada com recursos próprios do grupo e outra metade por emissão de debêntures de infraestrutura. Até o momento, a companhia já investiu R$ 1 bilhão no projeto.
A previsão é que sejam gerados 16 mil empregos durante a construção da linha. A obra contará com 13 canteiros simultâneos. A XRTE contratou cinco empresas para fazer o EPC (sigla em inglês para engenharia, suprimentos e construção) do projeto. Dessas, três são brasileiras (Tabocas, Incomisa e Alumini) e duas chinesas (XPTT e Sepco).
O grupo chinês é um dos maiores investidores em transmissão de energia do Brasil, com 5,5 mil km de linhas em operação, 14 mil km de linhas em construção.

Valor Econômico, 29/09/2017, Empresas, p. B2

http://www.valor.com.br/empresas/5138106/state-grid-olha-aquisicoes-e-v…

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