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SP conhece SP; nós conhecemos mais de crise

OESP, Metrópole, p. A16
Autor: OCCHI, Gilberto
10 de Jan de 2015

'SP conhece SP; nós conhecemos mais de crise'

Murilo Rodrigues Alves e André Borges

BRASÍLIA - O Ministério da Integração Nacional cobrou do governo de São Paulo um plano de ação para lidar com a crise hídrica, que tende a se agravar neste ano. Há dez dias no cargo, o ministro Gilberto Occhi enviou uma carta ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para oficializar o pedido para participar do processo de planejamento e das ações de combate à falta d'água no Estado.
"São Paulo conhece muito mais São Paulo do que nós, mas nós conhecemos muito mais de crise do que o Estado de São Paulo. Então, nós queremos unir esses esforços", disse Occhi, em entrevista ao Estado.
A aproximação com São Paulo faz parte de um reposicionamento do Ministério da Integração, que nos últimos anos ficou concentrado, basicamente, em projetos de irrigação e de acesso à água na Região Nordeste do País. A seguir, os principais trechos da entrevista:
O Ministério da Integração tem concentrado seus esforços nos problemas hídricos da Região Nordeste, mas a água tornou-se um problema de ordem nacional. Como o senhor pretende lidar com isso?
A água é o grande indutor deste ministério. Historicamente, os grandes investimentos feitos até agora estão mais concentrados no Nordeste, mas o que vem acontecendo no restante do Brasil também merece atenção, envolvendo ações de prevenção e uma atuação nacional. Somos um País continental, com todo tipo de clima e que vem sofrendo com grandes cheias, grandes secas, com períodos mais longos. Essa realidade vai exigir uma atenção para o Brasil inteiro. É isso que vai diferenciar a nossa atuação.
Que medidas práticas serão tomadas?
A situação de São Paulo preocupa não só o Estado paulista, mas também o governo federal. O governo tem avaliado as demandas que o governador Geraldo Alckmin trouxe. Queremos apoiar o Estado de São Paulo para solucionar essa crise hídrica. Nós já enviamos uma correspondência para o governo de São Paulo, para que ele possa apresentar à Defesa Civil as suas ações e seus planos de intervenção. Queremos colocar o ministério para apoiar o governo paulista. Até o momento, o Estado não se manifestou.
O senhor já tem uma proposta de colaboração?
Estamos nos colocando à disposição para apoiar e discutir formas de atuação, para que a gente possa dar respostas rapidamente. O que pedimos ao Estado de São Paulo é que ele nos apresente esse plano de ações. Queremos dar alternativas. São Paulo conhece muito mais São Paulo do que nós, mas nós conhecemos muito mais sobre crise do que o Estado de São Paulo. Então, queremos unir esses esforços, e não apenas em relação à água, mas também quanto à prevenção de desastres naturais, e não apenas de reação a eles. Estamos atualizando um mapeamento sobre as áreas de risco. Essas informações apoiarão nosso planos estratégicos para prevenção e para dar suporte a salvamento de famílias em situações de emergência.
A situação de abastecimento de água de São Paulo deve se complicar ainda mais neste ano?
Sabemos que é uma situação difícil. Eu tive oportunidade de assinar, com a presidente Dilma, um investimento de R$ 2,5 bilhões para a obra (de captação de água) de São Lourenço. Mas essa obra vai demorar, só vai ficar pronta em 2016. Será que São Paulo aguenta até lá? Isso a gente não sabe. Por isso, queremos participar e ajudar. É esse tipo de abordagem que vai fazer com que o Ministério da Integração tenha essa atuação nacional. Vamos ficar meio vesgos, olhando para todas as regiões do País ao mesmo tempo.
A restrição orçamentária não compromete os investimentos do Ministério?
Pode ser que tenhamos de fazer ajustes no cronograma de execução de alguns projetos, mas os grandes empreendimentos, como a transposição do Rio São Francisco, estão mantidos.

OESP, 10/01/2015, Metrópole, p. A16

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