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Solução para xavantes

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
04 de Ago de 2004

A situação dos índios xavantes da reserva Marãiwatsede, que estão acampados há nove meses à beira da BR-158, é grave e deve ser resolvida logo pelo governo federal. Eles esperam decisão da Justiça para tomar posse da reserva, antes invadida por cerca de 400 famílias que vivem em conflito com os índios e impedem a entrada do grupo na terra. Sem uma solução para o problema da reserva, um outro fato vem agravando ainda mais a situação. Trata-se das crianças que vêm sofrendo as consequências da situação subumana que as famílias indígenas estão vivendo. Algumas já morreram.

Destra vez, mais seis crianças xavantes, com idades entre um e dois anos, foram internadas com pneumonia e desnutrição em hospitais de Água Boa e Ribeirão Cascalheira, elevando para 11 o número de atingidas pela doença no acampamento. O próprio administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) e coordenador das ações xavantes, Edson Beiriz, reconhece a gravidade da situação, tanto da saúde das crianças xavantes, como do problema relacionado à reserva. Ele já afirmou que os índios são ameaçados por pistoleiros, mas pouco empenho do governo federal se vê até o momento para acabar com o impasse.

O problema existe há vários anos, mas se intensificou com a morte das crianças acampadas com os pais como sem-terras à beira da rodovia. A situação revela mais uma vez um antigo problema: o poder econômico dos homens que se dizem donos das terras e a discussão sobre os direitos indígenas. O governo federal, não só na questão relacionada aos xavantes, mas também de outras regiões de Mato Grosso e do país, não tem demonstrado capacidade e até empenho em evitar os impasses e dar aos índios o que realmente lhes pertence.

Dessa vez, infelizmente, as crianças pagam as consequências e algumas não estão resistindo. Passa da hora de providências serem tomadas.

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