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Sivam vai monitorar desmatamento em tempo real

Estado de S. Paulo-São Paulo- SP
Autor: Sandra Sato
25 de Jul de 2002

Hoje, os desmatamentos na região são fiscalizados por amostragem pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e constatados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), a partir de imagens de satélites

Brasília - A exemplo do controle das queimadas, o governo quer iniciar ainda neste primeiro semestre um monitoramento em tempo real dos desmatamentos na Amazônia. A fiscalização será reforçada com a entrada em funcionamento do chamado "Sivam ambiental". A área ambiental aproveitará a estrutura do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) para conferir onde estão ocorrendo cortes da floresta.

Hoje, os desmatamentos na região são fiscalizados por amostragem pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e constatados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), a partir de imagens de satélites. No entanto, o "relatório do Inpe é um retrato do passado", conforme o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho.

Essa pesquisa do Inpe é importante, na opinião da secretária da Amazônia, Mary Alegretti, para se obter uma visão do conjunto e definir medidas a longo prazo. Mas além da série histórica, os órgãos ambientais necessitam de informações sobre a dinâmica do desmatamento para antecipar o dano ambiental. E, neste caso, os dados do Inpe chegam com atraso.

Nesta segunda-feira, por exemplo, o Inpe divulgou projeção de redução em 13% do desmatamento na Amazônia, entre agosto de 2000 e agosto de 2001. Mary recebeu a estimativa com cautela. Dados preliminares apontam para uma redução de 8% no Mato Grosso, mas crescimento de mais de 30% no Pará. Além disso, a estimativa do Inpe feita para 1999/2000 teve margem de erro de 8,8% em relação ao resultado confirmado de desmatamento de uma área de 18.226 quilômetros quadrados.

A secretária da Amazônia ainda questiona a projeção para Mato Grosso. Ela garante que os cortes de árvores em 2001 foram menores do que os constatados pelo Inpe, que irá checar seus dados a pedido do governo. Nesse Estado, vem sendo feito licenciamento de propriedade rural a partir de imagens de satélites, enquanto no restante do País se considera a descrição dada pelo proprietário.

A imagem de satélite da propriedade permite verificar o que já foi desmatado, as áreas protegidas e as que podem ser utilizadas. A cada ano, os dados são atualizados. O modelo será copiado no Pará, onde a fiscalização vem utilizando aviões equipados com sistema de localização por satélite (GPS) para detectar desmatamentos. O projeto de licenciamento conta com recursos externos.

Mas as outras ações de combate ao desmatamento não têm verbas asseguradas, após o corte orçamentário anunciado pelo governo para compensar as perdas de receita com a CPMF. Para Mary, a falta de dinheiro em ano eleitoral representa risco real de nova explosão dos desmatamentos na Amazônia. "Políticos prometem dar lotes para ganhar votos." E, sem dinheiro, a fiscalização diminuirá.

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