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Sisvan Indígena: Uma estratégia para redução da mortalidade infantil indígena

Funasa - http://www.funasa.gov.br/
13 de Jul de 2009

"Mais de 52 mil crianças indígenas de cinco anos foram acompanhadas pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (Sisvan) em 2008, o que representa mais de 50 % do total das crianças existentes nessa faixa etária". A informação é da responsável pela Área Técnica e de Vigilância Alimentar e Nutricional do Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa, Rosalynd Moreira que citou o dado como "um grande avanço se comparado ao alcançado em 2006 que representou 10 mil crianças".

Segundo ela, desde a assinatura da Portaria no 984, que instituiu o Sisvan Indígena nos Distritos Sanitários Especiais Indígneas (Dseis) , desde o final de 2006, o sistema tem implementado várias ações para melhorar a cobertura de monitoramento do estado nutricional para prevenção da má nutrição. "Muito já foi feito, mas estamos trabalhando para alcançar muito mais", afirmou Rosalynd.

Este ano o Programa dá ênfase especial a Promoção e o Fortalecimento do Aleitamento Materno nas áreas indígenas. "Estamos trabalhando para que a criança permaneça em aleitamento exclusivo, conforme o preconizado pelas Políticas Nacionais da Saúde Indígena e de Alimentação e Nutrição, considerando as especificidades de cada etnia, além de uma alimentação complementar adequada após os seis meses de idade", destacou. Para que isso aconteça, o Desai está articulando com a Área Técnica de Saúde da Criança do Ministério da Saúde a realização de Oficinas de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar.

Outra estratégia utilizada pelo Sisvan é a informatização dos dados da Vigilância Alimentar e Nutricional coletada nas aldeias que depois serão disponibilizadas via WEB. "Essa iniciativa é muito importante, pois trará mais agilidade e publicidade para a ação e divulgação", ressaltou Rosalynd. Ela citou ainda, o lançamento do Disco de Avaliação Nutricional que avalia o estado nutricional de crianças menores de um ano e um outro, em fase de elaboração, que avalia crianças menores de cinco anos.

As Oficinas de Capacitação em Sisvan nas áreas de Segurança Alimentar, Programa Nacional de Suplementação de Ferro, Programa Nacional de Vitamina A e Manejo do Desnutrido Grave também foram citadas. A previsão é de que até o final deste ano sejam promovidas cerca de 30 oficinas.

Em paralelo a essas ações, está sendo concluído o I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, com recursos do Projeto Vigisus II , por meio da Gerência de Vigilância Alimentar do Desai, executado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). "Esta é uma iniciativa inédita que tem o objetivo de levantar indicadores que são determinantes do estado de saúde e nutrição dessas populações", ressaltou Rosalynd. O resultado, segundo ela, produzirá uma amostra de representatividade macrorregional incluindo 14 mil índios entrevistados. Atualmente essa pesquisa se encontra na fase final de coleta de dados nas aldeias, o que deverá ser finalizada até o mês de agosto.

Também foram citados o Curso de Especialização no Sisvan Indígena e o Curso de Aperfeiçoamento realizado em parceria com a Escola Nacional de Saúde Publica Sérgio Arouca/Fiocruz. Segundo Rosalynd, um dos pontos fortes é que o trabalho de conclusão do Curso de Especialização é voltado para projetos de intervenções que podem ser realizados em áreas indígenas. "O trabalho ficou tão bom que, inclusive, alguns Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei), já estão se articulando para implementá-los , como é o caso do Dsei/Potiguara (PB)", comemorou.

"Todo o empenho da Funasa em promover ações promotoras da Segurança Alimentar e Nutricional aponta para resultados que transcendem um banco de dados epidemiológicos, visando levantar determinantes de saúde para planejamento de ações em prol da melhoria da qualidade de vida das populações indígenas que foram dizimadas ao longo da história", concluiu Rosalynd ao apresentar os dados positivos alcançados pelo Sisvan Indígena.

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