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Siderurgia no Maranhão tem recursos do BNB para produzir carvão

GM, Rede Gazeta do Brasil, p. B13
13 de Mai de 2004

Siderurgia no Maranhão tem recursos do BNB para produzir carvão

Numa iniciativa inédita, o Banco do Nordeste (BNB) financia a siderúrgicas do Maranhão projetos de reflorestamento para a produção de carvão vegetal, o principal insumo das usinas de ferro-gusa. As operações contratadas desde o ano passado e em análise somam aproximadamente R$ 30 milhões.

A linha de crédito é a do FNE Verde (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), que tem por objetivo financiar projetos que de qualquer forma beneficiem o ambiente. As condições de pagamento são parcelas em até 12 anos com taxas de juros de 14% ao ano. O banco concede ainda à empresa desconto de 15% nos juros pela pontualidade no pagamento. Assim, a taxa de juros cai a 11,9%.

Das sete usinas siderúrgicas no estado, até o momento duas já tiveram seus projetos aprovados e estão recebendo recursos do Banco do Nordeste para o reflorestamento. São elas Viena Siderúrgica e Companhia Siderúrgica Vale do Pindaré. "As siderúrgicas estão demonstrado a preocupação em ter o próprio plantio para a produção de carvão vegetal, passando a ter a auto-sustentabilidade e deixando de consumir madeira de florestas nativas", diz o assessor da superintendência do Banco do Nordeste no Maranhão, Zerbine Guerra.

De acordo com Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão (Sifema), existem 40 mil hectares plantados de floresta de eucalipto até o momento. Este ano, estão sendo plantados mais 10 mil hectares. Para 2004/2005 a previsão é que sejam plantados mais 12 mil hectares. "Isso demonstra a conscientização das siderúrgicas da necessidade de ter carvão vegetal. Quem quer ter futuro no setor guseiro tem que plantar", afirma o presidente do Sifema, Marcos Tintori.

As siderúrgicas maranhenses, segundo Marcos Tintori, iniciaram o reflorestamento há sete anos, mas só nos últimos três anos a iniciativa ganhou força e a partir de 2003 passou contar com linhas de crédito para financiamento. Cada hectare com eucalipto plantado custa em média R$ 3 mil. Dos R$ 120 milhões já aplicados, R$ 30 milhões foram investidos em dezembro do ano passado. Para cada hectare de eucalipto reflorestado no estado, evitou-se o corte de 32 hectares de floresta nativa, segundo o Sifema.

As terras usadas para o reflorestamento no estado são sempre áreas degradadas onde não há nem plantações e nem pastos, mas que se prestam ao plantio de eucalipto graças ao uso de tecnologia. As mudas de eucalipto são compradas da Celmar (MA) e da Copener (Companhia energética Florestal Ltda), na Bahia. Açailândia, Grajaú e Barra do Corda são algumas áreas de reflorestamento.

De acordo com dados da Associação das Siderúrgicas de Carajás (Asica), as sete siderúrgicas produzem no estado cerca de 1,7 milhão de toneladas de ferro gusa por ano, o que corresponde a US$ 270. As siderúrgicas do Maranhão fazem parte do Sistema Norte de produção de ferro gusa, juntamente com as empresas do Pará. O sistema destina 99% da produção para o mercado externo - Estados Unidos, Japão, China, Taiwan, Coréia, Itália e Espanha. A produção é transportada pela Estrada de Ferro Carajás (EFC) até o porto do Itaqui, em São Luís, de onde é embarcada para o mercado externo. Só no Maranhão, o setor guseiro gera cerca de 30 mil empregos.

GM, 13/05/2004, Rede Gazeta do Brasil, p. B13

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