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Setor quer incluir venda de créditos de carbono no código florestal

DCI, Indústria, p. A8
25 de Mar de 2011

Setor quer incluir venda de créditos de carbono no código florestal

São Paulo - Em busca de maior segurança jurídica para desenvolver o programa de investimentos do setor que até 2020 deve chegar a US$ 20 bilhões e conseguir comercializar créditos de carbono gerados pelas florestas plantadas pelas empresas, a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) entrou na discussão do Novo Código Florestal. Ontem, em parceria com organizações não-governamentais (ONGs), a entidade divulgou uma série de 16 propostas para as novas regras que estão em tramitação no Congresso.
Segundo o presidente do Conselho de Administração do Fibria, José Luciano Penido, o setor não deixaria de realizar os investimentos, mas que a proposta de moratória de cinco anos para as áreas de floresta nativa causaria um certo desconforto para os investidores.
De acordo com a projeção da presidente da Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes, as propostas que já foram apresentadas aos parlamentares responsáveis pelo projeto podem viabilizar o plano de dobrar a área de florestas plantadas pelo setor que representa. "Atualmente, as empresas associadas à entidade detém 6,7 milhões de hectares de área que poderá chegar a 13 milhões nos próximos 6 ou 7 anos", estima a executiva.
Além da segurança jurídica para o setor investir, as propostas apresentadas incluem ainda itens que premiam os aportes de capital no setor florestal. As entidades defendem que o governo federal aprove um código que abra a perspectiva de as empresas comercializarem créditos de carbono decorrentes da captura de gases de efeito estufa pelas florestas. Nas contas da Bracelpa, 1 bilhão de toneladas de gases são retiradas da atmosfera pelo setor todos os anos.
Outro ponto defendido é a inclusão da perspectiva de concessão de incentivos econômicos para a regularização ambiental. Nesse ponto, o imóvel rural que estiver cadastrado e regularizado quanto a áreas de proteção e de reserva legal receberá esses incentivos que podem ser concedidos na forma de crédito, seguro ou política de comercialização de produtos agrícolas, isenção do imposto territorial rural, na dedução da base de cálculo do imposto de renda sobre os gastos efetuados em recuperação ou manutenção das áreas de preservação.
O presidente da Suzano, Antônio Maciel Neto, ressaltou que as propostas foram determinadas em consenso entre as empresas e os ambientalistas, dois setores que geralmente andam em pé de guerra. E que por isso, os pontos não estão focados apenas nas empresas de cultivo de eucaliptos, mas para toda atividade rural brasileira.

DCI, 25/03/2011, Indústria, p. A8

http://www.dci.com.br/noticias_imprimir.asp?id_texto=367406

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