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Setor madeireiro se reúne com Ministério Público na guerra aos ilegais

O Liberal - www.oliberal.com.br
17 de Jul de 2009

Acontece hoje, às 16 horas, audiência solicitada pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), na sede do Ministério Público Federal com o procurador da República, Daniel Azeredo. A entidade vai informar ao órgão que pretende acompanhar, a partir de então, cada etapa da investigação já iniciada pelo procurador Bruno Soares Valente, que está rastreando as atividades de três mil empresas madeireiras que atuam no Estado, para identificar se há ou não por parte delas a compra de créditos fictícios, que ajudam a 'esquentar' madeira ilegal, extraída de áreas não permitidas, como reservas indígenas e unidades de conservação.

O Ministério Público Federal começou as investigações no início do ano, a partir de algumas operações do Ibama. O procurador Bruno Valente, que retorna das férias no final do mês, descobriu que o esquema ilícito começa com a oferta de crédito, ao invés de madeira. Os créditos acabam sendo usados por quem tem a madeira clandestina e não as autorizações, que são acompanhadas de notas fiscais e até guias florestais. Mas a compra apenas do crédito esconde a origem verdadeira da madeira, que nem passa perto dos projetos de plano de manejo ou reflorestamento.

Para a Aimex, o governo do Estado precisa aumentar a quantidade de madeira legal no mercado. Só assim as empresas não recorrerão à ilegalidade. Apesar da liberação recente de cerca de 35 projetos de manejo e mais de 200 licenças de operação, ainda há perto de mil processos de planos de manejo ou reflorestamento tramitando na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). O órgão promete cumprir protocolo de intenções e liberar, entre análise e aprovação, projetos de manejo e reflorestamento em 40 e 20 dias, respectivamente.

O segmento madeireiro possui uma demanda anual por 8 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, mas está trabalhando com 4 milhões de metros cúbicos, dados divulgados pela Sema, que nem são considerados verdadeiros pela Aimex. Tudo porque, até 2008, a associação recebia listas com os planos de manejo autorizados e era possível contabilizar os metros cúbicos autorizados.

Hoje, uma das maiores preocupações da entidade é o aperfeiçoamento do Sistema de Projetos da Flora (Sisflora), que oferece controle do fluxo de madeira e subprodutos. Uma empresa que beneficia a madeira pode atualmente comprar o produto sem saber da origem, porque o sistema não permite. Os madeireiros vão dizer com todas as letras ao Ministério Público Federal que aumentar a rastreabilidade da madeira é fundamental para que o segmento não seja penalizado por comprar de quem só está aparentemente legal.

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