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SESAI registra redução de mortalidade infantil em comunidades indígenas de MG e ES

Ministério da Saúde http://portalms.saude.gov.br/
01 de Mar de 2018

O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Minas Gerais e Espírito Santo registrou, pelo quarto ano consecutivo, uma queda considerável na taxa de mortalidade infantil indígena, saindo de 44,66 óbitos por mil nascidos, em 2014, para atuais 11,93. A explicação para a redução significativa está na adoção de um conjunto de ações que colocaram no epicentro do planejamento de saúde a qualificação dos serviços prestados ao público materno-infantil.

"A Taxa de Mortalidade Infantil no Distrito vem mostrando uma queda acentuada desde o ano de 2014, quando era de 44,66/mil nascidos vivos, com 18 óbitos. Essa taxa caiu para 34,96 (15 óbitos), em 2015; 33,33 (12) em 2016; chegando a 11,93 em 2017. No ano passado, registramos cinco óbitos em menores de cinco anos, numa população de 419 nascidos vivos", explica o apoiador do DSEI MG/ES, Lindomar Almeida Silva.

Entre as ações priorizadas pelo DSEI, está a ampliação da cobertura vacinal nas aldeias indígenas, medida considerada a mais eficaz para prevenção de diversas doenças infectocontagiosas. Em 2016, a cobertura entre menores de cinco anos foi de 87,6% das crianças com esquema vacinal completo, e já no quarto trimestre de 2017 subiu para 94,1%. "Este aumento foi possível graças à intensificação da busca ativa de faltosos nos domicílios e à criação de uma planilha de levantamento das vacinas atrasadas", frisa Almeida Silva.

A adoção da estratégia de reidratação oral nas Unidades Básicas de Saúde Indígena foi outra medida que possibilitou o combate a um antigo inimigo: as doenças diarreicas agudas. A diarreia era apontada como uma das causas principais de mortalidade infantil no DSEI MG/ES, especialmente na etnia Maxakali.
As intervenções de saneamento básico também podem ser citadas como ações que auxiliaram na redução das taxas de mortalidade infantil. A cobertura dos serviços de abastecimento de água, manejo e destinação final dos resíduos sólidos e melhorias sanitárias foram ampliadas e, atualmente, o abastecimento de água tratada contempla 98% das aldeias indígenas do DSEI, atingindo cerca de 86% da população, enquanto o gerenciamento dos resíduos sólidos abrange cerca de 30% das aldeias.

"Visando modificar este perfil do DSEI, capacitamos as equipes de saúde dos Polos Base com maior incidência e estabelecemos, na própria aldeia, um local para atendimento e acompanhamento dos casos de diarreia, para que houvesse maior adesão dos indígenas e, com isso, evitar as internações hospitalares", explica a enfermeira Aline Monteiro, responsável Técnica pelos programas de Saúde da Mulher/Criança/Vigilância do Óbito do DSEI-MGES.

Com a estratégia de reidratação oral, os casos diagnosticados de diarreia já tinham seu tratamento iniciado na própria aldeia, mediante a utilização de chás e sucos constipantes e dietas específicas. Durante todo o dia, os casos eram monitorados pelas equipes nas unidades de saúde e nos domicílios.

A intensificação das ações de saúde voltadas ao público materno-infantil também envolveu a ampliação da oferta de consultas de pré-natal nas aldeias. Paralelo a isso, o DSEI passou a realizar testes rápidos de gravidez, intensificar a busca ativa de sintomas presuntivos através do controle das mulheres em idade fértil que não fazem uso de métodos contraceptivos, bem como passou a sensibilizar as lideranças indígenas, com a realização de palestras com as mulheres sobre a importância do pré-natal.

"Vale destacar o importante papel do Agente Indígena de Saúde (AIS) neste aumento da cobertura, pois muitas mulheres ficam envergonhadas de comunicar sua gestação à equipe de saúde e com o agente elas se sentem mais confiantes. Além disso, eles percebem facilmente alterações corporais sugestivas de gravidez e podem encaminhar à UBSI para confirmação", explica a enfermeira Aline Monteiro.

De acordo com ela, o Programa Mais Médicos também contribuiu para o aumento das consultas de pré-natal, sobretudo porque, com o Programa, o médico passou a ficar mais tempo na comunidade indígena e, desta forma, há melhor atendimento e acompanhamento dos pacientes.
OUTRAS MEDIDAS

Estão inseridas ainda no bojo de medidas adotadas pelo DSEI MG/ES para reduzir a mortalidade infantil indígena a aquisição de fármacos específicos para doenças respiratórias (IRA) e DDA; aumento da cobertura de crianças em aleitamento materno exclusivo; a realização de consultas de puericultura como rotina; a intensificação de visitas domiciliares aos recém-nascidos; a ampliação de serviços multiprofissionais a gestantes, puérperas e crianças vulneráveis; capacitação de parteiras, médicos e enfermeiros; criação de formulários e protocolos específicos para a população assistida; visitas técnicas de seguimento a terras indígenas visando ao acompanhamento das atividades; treinamento em serviço e organização da unidade; e parcerias com hospitais visando ao acompanhamento de crianças e gestantes internadas.

"Porém, acredito que a nossa principal mudança, que tem possibilitado esses resultados, tem sido discutir e aprimorar com as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) o foco de atuação, saindo do modelo assistencial para um modelo de vigilância", complementa o coordenador substituto do DSEI, Celio Cezar Ferreira.

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