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Servidor do Ibama é libertado por índios

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Autor: Samuel Lima
07 de Ago de 2003

Encontro para discutir demarcação, no dia 12, garante a liberação de Gesolino Xavier

O agendamento de uma reunião para o próximo dia 12 de agosto pôs fim ao seqüestro do servidor do Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Gesolino Vieira Xavier, que estava sendo mantido refém na Aldeia Boto Velho, na Ilha do Bananal, desde o último sábado. Uma comissão, formada pelo procurador-geral da República, Álvaro Manzano, e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), negociou ontem pela manhã a liberação do funcionário e o início das conversações sobre as reivindicações dos indígenas.

Ontem à noite, pelo telefone, o procurador Manzano disse que foi demonstrado para os índios que a detenção do servidor Xavier não tinha sentido. "Os órgãos não estão se recusando a negociar, e o funcionário não tem poder decisório no assunto", frisou. Ainda segundo Manzano, ele afirmou aos índios que o Ministério Público (MP) vai acompanhar todo o processo de demarcação das terras. "O administrador da Funai de Gurupi vai tentar a vinda de diretores da Funai Nacional, para uma reunião na própria Ilha", informou. O procurador ficou reunido com os índios durante 4 horas.

Os indígenas querem a homologação das terras que já foram demarcadas e também a transformação do Parque Nacional do Araguaia (PNA) em reserva indígena. Com a negociação conseguida pela comissão, à reunião da próxima terça-feira deverão participar, além do procurador Manzano, representantes da Funai de Brasília e do Ibama. Os índios querem que seja colocada em pratica a portaria federal, publicada em 2002, que definiu nova demarcação da terra indígena no Parque Nacional do Araguaia (PNA). Os dois carros que haviam sido apreendidos pelos índios não foram liberados.

Histórico
O Parque foi criado em 1959 para preservação ambiental, e abrangia toda a Ilha do Bananal, que tem cerca de 2 milhões de hectares. Em 1980, em função da demarcação das terras indígenas, a reserva do parque passou a contar com 576 mil hectares, sendo preservada a área de transição entre o cerrado e a região amazônica, e incluindo 70 mil hectares da "Mata do Mamão". Em 2002, uma portaria determinou ser área índígena, ainda a ser demarcada, outros 376 mil hectares, reduzindo a reserva do PNA a 200 mil hectares. Além da aldeia Boto Velho (com cerca de 90 índios), outras duas aldeias, a Macaíba (com 376 índios) e a Thiodé (com 172), querem a demarcação. Existem 23 aldeias na Ilha do Bananal, das etnias Javaé e Karajá.

Libertado
Depois de ficar quatro dias nas mãos de índios Javaés, da aldeia Boto Velho, na Ilha do Bananal, foi libertado ontem pela manhã o servidor do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Gesolino Vieira Xavier. Uma comissão da Procuradoria Geral da República e Funai foi até a aldeia negociar a libertação do refém. Os indígenas querem o cumprimento da portaria federal que definiu nova demarcação da terra indígena no Parque Nacional do Araguaia (PNA). Uma nova reunião foi marcada para o próximo dia 12, para discutir as reivindicações.

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