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Seringueira é estudada como alternativa de renda para índios do Xingu

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Spensy Pimentel
28 de Ago de 2005

A prefeitura de Gaúcha do Norte (MT), um dos municípios vizinhos ao Parque Indígena do Xingu, está propondo aos índios da região o plantio de seringueiras como forma de geração de renda para as comunidades, com a venda do látex. O projeto já conta com apoio de lideranças, segundo o vereador Tamaluí Mehinaku, e foi apresentado ao presidente da Fundação Nacional do Ìndio, Mércio Pereira Gomes, durante o Kuarup que terminou sexta-feira na aldeia Ipatse, dos Kuikuro.

Para Mércio, a princípio, a idéia pode ser uma boa alternativa. "Os índios estão dispostos. É muito melhor que pensar num projeto agrícola com soja ou milho", diz ele. O presidente da Funai lembra que seria preciso investir na capacitação dos índios. Ele conta que, anos atrás, os Xavante foram beneficiados por projeto semelhante, com 16 mil mudas da árvore e acabaram inadvertidamente incendiando na plantação, porque utilizam o fogo como forma de espantar animais na direção dos caçadores.

O prefeito de Gaúcha do Norte, Edson Harold Wegner, também esteve presente ao Kuarup. Ele conta que agricultores do município estão adotando a cultura como alternativa ao cultivo de grãos e já produzem atualmente 150 toneladas por mês de látex, faturando R$ 350 mil. Em um alqueire (4,8 hectares, ou 48.400 m²) de terra, segundo Wegner, é possível cultivar 1000 seringueiras, o que rende, segundo ele, R$ 1.300 a R$ 1.800 por mês, com uma a duas horas de trabalho por dia. "Nós fornecemos as mudas e damos assistência com carência de sete anos para o pagamento pelo serviço, porque a seringueira demora seis anos para começar a produzir", explica ele.

Wegner, que é paranaense de Marechal Cândido Rondon e diz morar em Gaúcha há 4 anos, conta que a seringueira tem aparecido como alternativa na região por causa da queda nos preços dos produtos de monocultura extensiva, como a soja, e da rigidez que a fiscalização ambiental adquiriu de um ano para cá. Outra vantagem da seringueira, segundo ele, é que uma área onde se planta a árvore é considerada reserva legal, pelos critérios da legislação ambiental.

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