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Sepror aponta lucro de quase 100% com 'bacalhau da Amazônia'

D24M - http://www.d24am.com/
05 de Jan de 2012

O faturamento dos produtores de Maraã que fornecem pirarucu para a Fábrica de Bacalhau da Amazônia, inaugurada pelo governador Omar Aziz, em agosto do ano passado, teve acréscimo de quase 100% só nos quatro primeiros meses de operação da fábrica. Os dados são da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).

Enquanto em 2010 o quilo do peixe era vendido entre R$ 2,50 e R$ 3,50, em 2011 o Governo do Amazonas comprou o produto a R$ 5,50, o quilo, garantindo ao produtor um lucro de até R$ 3 por quilo. No total, o Estado adquiriu, no ano passado, 160 toneladas de pirarucu produzido em área manejada.

Segundo o titular da Sepror, Eron Bezerra, os números foram possíveis graças à instalação da fábrica que dá garantias ao produtor rural. "O Governo conseguiu solucionar dois problemas de uma vez só. Isso porque nós elevamos o preço pago ao produtor e acabamos com a falta de mercado, já que a Fábrica de Bacalhau da Amazônia tem capacidade de processar tudo o que hoje é produzido", afirma.

Ainda de acordo com Eron, a atividade também pode ser considerada autossustentável. Ele explica que, de uma forma geral, o processo de industrialização do pescado costuma ter perdas, mas, no caso da indústria de Maraã, isso não aconteceu. Para que a produção fosse economicamente viável, das 160 toneladas de pirarucu adquiridas seria necessário transformar em produto final pelo menos 30 toneladas. "O Amazonas ultrapassou essa meta. De todo o peixe comprado pelo governo, nós aproveitamos entre 60 e 80 toneladas. Somos autossustentáveis", comemora o secretário.

Peixe seco

A expectativa agora para 2012 é no mínimo triplicar a produção da Fábrica de Bacalhau da Amazônia. Para isso, além do pirarucu a fábrica passará a beneficiar outros peixes da região, como o jaraqui por exemplo. A ideia é trabalhar com peixe seco e não só com bacalhau.

"A despesca do pirarucu acontece em novembro e o beneficiamento da produção termina pouco tempo depois. Nos meses seguintes vamos salgar outros tipos de pescado, assim poderemos comprar outros peixes", detalha Eron Bezerra.

Nova fábrica

Este ano também deverá ser inaugurada outra indústria como a de Maraã, no município de Fonte Boa (distante 676 quilômetros de Manaus). Juntas, as duas fábricas poderão processar 5 mil toneladas de peixe. A unidade em Fonte Boa é fruto de uma parceria com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

A produção das duas indústrias do Bacalhau da Amazônia têm mercado garantido não só em Manaus, mas em grandes redes de supermercados, como o Pão de Açúcar que, até março de 2012, deverá comercializar o produto em suas lojas em todo o País. Também há um acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-AM) para fornecimento do produto à cadeia de restaurantes de Manaus.

"Não podemos depender somente de um modelo de desenvolvimento como é o caso do Polo Industrial de Manaus. Essa é a política do governador Omar Aziz, de agregar valor à matéria-prima regional, gerar oportunidades e aumentar a renda da população", afirma o secretário da Sepror.

Qualificação

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) irá formar, em setembro, a primeira turma do curso de Tecnologia em Produção Pesqueira em Maraã. São quarenta alunos que aprendem técnicas de salga, produção de hambúrguer de peixe, linguiça de peixe e outros embutidos variados de pescado.

Hélio Beltrão, um dos coordenadores do curso, fala que poderão ser realizadas aulas práticas na sede da Fábrica de Bacalhau da Amazônia. "Estamos negociando junto à Sepror a possibilidade, inclusive, de os alunos estagiarem na fábrica. Com a prática eles poderão produzir com facilidade o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) que é obrigatório", ressalta.

O curso de Tecnologia em Produção Pesqueira da UEA existe em oito municípios amazonenses. Além de Maraã, Fonte Boa, a próxima cidade a ter uma Fábrica de Bacalhau da Amazônia, também irá formar uma turma até setembro.

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