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Seminário vira palanque para Marina Silva

JB, País, p. A12
09 de Dez de 2003

Seminário vira palanque para Marina Silva
Apesar da ausência da ministra na homenagem a Chico Mendes, ecologistas defendem sua candidatura em 2006

Luísa Gockel especial para o JB

Em meio a um clima descontraído e informal, o escritor Zuenir Ventura e o governador do Acre, Jorge Viana (PT), defenderam a candidatura da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para o governo do Acre, em 2006. "Minha candidata é Marina", provocou Zuenir, que obteve resposta rápida do governador: "A minha também". 0 encontro aconteceu ontem, em debate promovido pelo SESC Rio para discutir os avanços da luta pela preservação do meio ambiente, 15 anos depois da morte do líder seringueiro Chico Mendes.
Viana está no segundo mandato e não pode se reeleger. Segundo o governador, o clima no Estado, que já foi dominado pelo crime organizado, está favorável à implantação de políticas que favoreçam a utilização sustentável dos recursos das floresta.
- Estamos trabalhando a pedra bruta. Depois, quando deixar o governo, seria ideal que Marina pudesse conferir ao projeto a delicadeza que precisamos - defendeu Jorge Viana.
Marina Silva não foi ao evento. Foi chamada, na última hora, para uma reunião com o chefe da Casa Civil, o ministro José Dirceu, que não foi poupado por Zuenir.
- Mais um motivo para falarmos mal dele - provocou.
A filha da ministra, Shalon Silva, de 22 anos, substituiu a mãe e contou um pouco da experiência de ter crescido no meio de líderes como Chico Mendes e Luiz Inácio Lula da Silva.
- Todos participavam da luta dos seringueiros, até mesmo as crianças. Há 15 anos, estava lá e consigo me lembrar bem da figura do Chico Mendes. Tinha uma tristeza profunda nos olhos - lembrou Shalon, emocionada.
0 seminário fez parte da Semana Chico Mendes, que marca o aniversário de 15 anos da morte do líder seringueiro. 0 deputado federal Fernando Gabeira (sem partido) lembrou a repercussão do assassinato e a importância das preocupações de Chico Mendes, a quem chamou de "intelectual especial".
- As idéias de preservação do meio ambiente eram, na época, restritas aos intelectuais europeus. Quando conheci o Chico, fiquei muito interessado no método pacífico de luta dos seringueiros, em que mulheres, crianças e idosos também estavam inseridos. Era muito democrática - disse Gabeira, que conheceu o seringueiro no período de luta armada durante a ditadura militar.

JB, 09/12/2003, País, p. A12

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