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06 de Jul de 2011
Após três dias, terminou hoje (6), no Rio de Janeiro, o seminário "Povos Indígenas, educação e saúde: a formação profissional do agente indígena de saúde". O encontro teve por objetivo discutir a formação dos agentes indígenas e as experiências de capacitação desses profissionais no país. O seminário é promovido pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e conta com o apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde.
Nesse último dia, os debates se concentraram nas experiências de formação profissional dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) no Brasil. Cinco instituições de ensino que já atuam na capacitação dos AIS relataram suas diferentes realidades na formação desses agentes. Participaram das discussões a Escola de Saúde Pública do Mato Grosso, a Escola Técnica em Saúde Maria Moreira da Rocha do Acre, a Escola Técnica de Saúde do SUS de Roraima, o Instituto Leônidas e Maria Deane do Amazonas e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, estas duas últimas da Fiocruz.
Uma das maiores dificuldades na formação dos AIS apontadas pelas escolas reside na inadequação das propostas já existentes para formação dos AIS, principalmente no que se refere às deficiências nos conteúdos e no material didático, que muitas vezes é descontextualizado da realidade indígena.
Entre os principais desafios estão a elevação da escolaridade dos agentes, já que grande parte dos AIS possui apenas o nível fundamental, e promoção da interculturalidade entre os sabres tradicionais indígenas e as práticas de saúde. "Apesar de buscarmos elaborar uma proposta de curso técnico para os AIS articulando esses saberes, a construção curricular ainda é um desafio", destacou Ana Lucia Pontes, uma das coordenadoras do curso de formação técnica dos AIS no Alto Rio Negro, realizado pela Fiocruz e parceiros.
Propostas - Ao final do evento ficou definido que será elaborado um documento com as propostas e encaminhamentos feitos durante o seminário. A idéia é que este documento seja encaminhado ao Ministério da Saúde, as associações indígenas e ao Conselho Nacional de Saúde.
Entre as propostas está a sugestão de inserção nos planos distritais de saúde indígena de recursos específicos para formação dos AIS. Outro ponto destacado é a necessidade de se estabelecer diretrizes curriculares de formação e também de inclusão da temática da saúde indígena nos cursos de graduação das áreas de saúde.
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