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Seminário discute a ampliação do Ensino Médio Indígena Especifico

Brasil Norte-Boa Vista-RR
24 de Mar de 2004

O evento reuniu cerca de quinhentos indígenas, entre professores e estudantes das etnias Taurepang, Wapixana, Macuxi, Yanomami

A secretária Lenir Veras disse durante a abertura do seminário que o encontro também serve para unir etnias

O Ministério da Educação, através do Programa Diversidade na Universidade realizou no Centro Makunaimi na Região de São Marcos no município de Pacaraima, o Seminário "Os povos indígenas em Roraima e a Educação Escolar: Construindo um ensino médio especifico". O evento começou na segunda-feira e terminou ontem.
A Secretaria Estadual de Educação, através do Departamento de Educação Indígena participou da organização do seminário.
O evento reuniu cerca de quinhentos indígenas, entre professores e estudantes das etnias Taurepang, Wapixana, Macuxi, Yanomamy.
A ampliação do Ensino Médio nas comunidades indígenas, uma antiga reivindicação das comunidades foi um dos temas do seminário. "A ampliação do Ensino Médio nas comunidades tem como propósito principal à manutenção dos jovens nas suas comunidades para que eles possam contribuir com o desenvolvimento sócio-econômico de seu povo", disse Fausto da Silva Mandulão, Coordenador do Conselho dos Professores Indígenas da Amazônia e responsável pelo evento.
As primeiras comunidades a serem beneficiadas com o Ensino Médio em Roraima foram a Raposa e o Contão em 1990. No ano seguinte a Malacacheta foi beneficiada. Em 2003, onze novas comunidades tiveram o Ensino Médio implantando.
O seminário contou com a participação da secretária de Educação, Lenir Veras. Ela ressaltou o esforço do Governo do Estado para com a ampliação do Ensino Médio. "Este seminário é um fato histórico para as comunidades indígenas. Ele vai contribuir para a construção de um ensino de qualidade e democrático nas 32 escolas indígenas que temos", disse.
Lenir Veras citou a valorização do professor que vem sendo uma prioridade no Governo Flamarion Portela e lembrou ainda que o governo prepara a realização de um concurso especifico para atender todas as comunidades indígenas. "Nós tínhamos uma política indigenista que causava muitos problemas para os povos indígenas. A discriminação era o principal mal. Hoje a Educação Indígena está sendo valorizada e a ampliação do Ensino Médio específico é prova deste reconhecimento, pois vai fortalecer a qualidade do ensino nas comunidades indígenas", completou.

Funai e MEC
O seminário teve ainda a participação da Coordenadora geral de Educação da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Helena Fialho e da Assessora para Assuntos Indígenas do programa Diversidade na Universidade do MEC, Mônica Pechincha, além do Presidente do Conselho Indígena do Amazonas, José Mário Mura.
"O número de alunos indígenas atendidos pelo Ensino Médio vem crescendo a cada ano, devido à necessidade de atender a demanda, e principalmente fortalecer e valorizar a cultura, através de uma educação diferenciada", explicou a Coordenadora Geral de Educação Funai, Maria Helena Fialho.
Durante o seminário foi preparado um diagnostico sobre os benefícios e a extensão do Ensino Médio para outras comunidades indígenas do estado

Professores valorizados
Mais de 130 professores indígenas dos povos Macuxi, Wapixana e Taurepang estão cursando o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, oferecido pelo Núcleo Insikiran da Universidade Federal de Roraima(UFRR).
Atualmente, 32 escolas de Ensino Médio especifico indígena atendem a 1.213 alunos.

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