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Sem dinheiro para o Sivam

Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
Autor: Roberto Lopes
28 de Ago de 2002

FAB não tem verba para pagar os fornecedores de equipamentos para o sistema

O Comando da Força Aérea Brasileira está sem dinheiro para pagar os fornecedores de equipamentos para o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), que cuida do Sivam, precisa de R$ 320 milhões para quitar débitos que serão apresentados até o fim deste ano, mas, por enquanto, a área econômica do governo liberou apenas R$ 70 milhões.

O chefe do Decea, brigadeiro Flavio Lencastre, disse a seus auxiliares que pedirá ao Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista, para pressionar o Ministério da Fazenda no sentido de que os R$ 250 milhões que faltam sejam liberados. A situação financeira da Força Aérea Brasileira (FAB) ficou especialmente difícil depois que perdeu o dinheiro das taxas recolhidas mensalmente pela Infraero.

A receita da Infraero segue agora diretamente para o Tesouro. Este ano, essa arrecadação somará, pelo menos, R$ 280 milhões. ''Na realidade, dinheiro para o Sivam existe'', explica o ex-presidente da comissão de implantação do Sivam, brigadeiro José Bellon. ''O grande problema é que, desde maio do ano passado, nós lutamos para que o Ministério da Fazenda nos autorize a usar o dinheiro disponibilizado pelo Eximbank para custear a implantação do Sistema'', completa o militar.

O Eximbank é a agência financiadora oficial do governo americano. Ela atua como financiadora do Sivam porque 90% dos equipamentos do complexo de vigilância da Amazônia estão sendo fornecidos pela companhia americana Raytheon, ao custo total de US$ 1,4 bilhão.

Nenhum dos três principais programas de reaparelhamento da frota da FAB - o do caça supersônico, o do avião o de patrulha naval e novo avião de transporte - teve desfecho até agora. Juntos, eles representavam um aumento no endividamento da União da ordem de US$ 1,4 bilhão.

Os brigadeiros teme que esses atrasos produzam uma verdadeira avalanche de dificuldades no ano que vem. É que, de acordo com um cronograma definido dois anos atrás, tudo o que a Força Aérea Brasileira tem para gastar em 2003 na modernização de seus esquadrões são US$ 587 milhões, e as necessidades são muitas.

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