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Secretário de Meio-Ambiente diz que denúncia é infundada

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
05 de Mai de 2003

O secretário de Meio-Ambiente do município de Uiramutã, Gilson Almirante de Sousa, disse à Folha, no final de semana, ser infundada a denúncia feita pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR) sobre a existência de uma lixeira pública que estaria comprometendo os mananciais de água que abastecem o rio Maú, na fronteira do Brasil com a Guiana.

De acordo com a denúncia, toneladas de lixo estariam sendo jogadas em uma vala de erosão natural localizada próximo à sede do município de Uiramutã. No local seriam depositados indevidamente materiais como plástico, seringas, vidros, ferro velho, latas enferrujadas, pneus e restos de material de construção.

A lixeira, conforme o CIR, estaria exalando mau cheiro e a água fétida que supostamente escorre do local estaria levando risco à saúde dos índios das comunidades Camararém, Caxirimã, Tabatinga, Lilás e Maturuca, que ficam às margens do rio Maú.

"Essa denúncia é completamente infundada", disse o secretário, acrescentando que o local apontado como uma lixeira do município se trata de uma voçoroca com quase dois quilômetros de extensão que já existe há pelo menos 30 anos, provocada por um processo de erosão natural.

Segundo Gilson de Sousa, desde o ano de 2001 está sendo colocado material de construção sobre o lixo existente no local com o objetivo de diminuir os efeitos negativos dos dejetos, como o mau cheiro. "Essa nossa ação se trata de um processo de recuperação de área degradada e é também um trabalho realizado com o objetivo de conter a erosão", afirmou.

De acordo com ele, não existe o risco de o chorume escorrer da suposta lixeira para os igarapés que ficam nas proximidades, como alegado na denúncia do CIR. "Primeiro, porque o lixo está sendo coberto e depois pelo fato de haver uma contenção natural que impede que isso aconteça", garantiu. Afirmou também que a lixeira não compromete o lençol freático. "Já fizemos estudos técnicos e podemos afirmar isso", frisou.

Quanto a informação de que estaria sendo depositado material hospitalar na lixeira, Gilson de Sousa disse que esta também não procede. Conforme ele, todo lixo hospitalar produzido no município é destruído num incinerador existente no posto de saúde que fica na sede do município. "Materiais perfurantes e cortantes, assim como os demais são todos incinerados", disse.

Apesar de afirmar que todas as medidas estão sendo tomadas no sentido de preservar o meio-ambiente, o secretário reconhece que o processo adotado em relação ao destino dado ao lixo produzido na cidade não é de todo eficiente. Segundo ele, faltam recursos para dar o tratamento adequando aos detritos, como a realização de uma coleta seletiva do lixo.

Disse que já existe um projeto de gerenciamento de resíduos sólidos pronto, aguardando apenas a alocação de recursos para ser posto em prática. Com a execução do projeto, ele afirma que será possível realizar a coleta seletiva, melhorar o transporte e a acomodação do lixo no destino final. "Haverá a diminuição do lixo despejado devido a coleta seletiva e ainda a cobertura dos detritos será feito imediatamente após a sua chegada no seu destino final", detalhou.

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