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Secretário contesta dados e diz que Estado preserva mata

OESP, Vida, p. A39
21 de Out de 2007

Secretário contesta dados e diz que Estado preserva mata
Augustinho Pastore afirma que Rondônia faz sua parte pelo ambiente

Tânia Monteiro, Porto Velho

O secretário do desenvolvimento do meio ambiente de Rondônia, Augustinho Pastore, contestou os dados apresentados pelo Ibama sobre desmatamento, mas reconheceu que, na área sub judice, nas proximidades de Guajará-Mirim e Mamoré, houve realmente um aumento na devastação da floresta. "Ali, de fato, houve crescimento do desmatamento", disse, acrescentando que, pelos levantamentos dele, Rondônia registrou, no último ano, redução de 19,49% no desmatamento.

"O problema fundiário em Rondônia é o grande fator de desmatamento ilegal", declarou. "O Incra não fez o dever de casa. Não entregou os documentos das terras e deixou as famílias completamente abandonadas". Ele se refere à área de 1,740 milhão de hectares que está em litígio na Justiça por conta de uma ação civil pública de reintegração de posse por invasão em unidade de conservação. Segundo o secretário, há cinco anos o Incra entrega títulos na região, favorecendo a ação dos grileiros.

O secretário diz que as pessoas que vivem naquela região precisam sobreviver e o Ibama proibiu que trabalhassem. Pastore defendeu os madeireiros da região, dizendo que proporcionam o desenvolvimento do Estado. Afirmou, ainda, que todas as licenças ambientais distribuídas são legais.

Para Pastore, o Estado tem feito sua parte em relação à preservação ambiental. As informações que tem mostram que a área de devastação da floresta é de 30%, restando, portanto, 70% preservados. Ele considera o número bem maior do que o do Amazonas, Acre ou de Roraima, mas lembra que, diferentemente dos demais, Rondônia é um Estado que está sendo ocupado. A população foi incentivada a migrar para lá e, para isso, "tem de haver meios de sobrevivência".

Tráfico é outro grande problema em RO, ao lado da devastação ambiental

Porto Velho

A Polícia Federal (PF) afirma que a Bolívia é hoje a principal fornecedora de cocaína para o Brasil. Somente neste ano, quase duas toneladas da droga foram apreendidas por policiais federais em Rondônia - mais precisamente, até o dia 18 de outubro, foram recolhidos pela polícia nada menos 1.954 quilos de cocaína que seriam distribuídos dentro do País.

No ano em que a Polícia Federal havia feito o maior número de apreensões, em 1998, os traficantes perderam para os agentes 1.037 quilos da droga em operações e batidas. Já em 2006, foi apreendida uma quantia ligeiramente menor: 901 quilos. Depois de Rondônia, o segundo Estado da federação onde mais se apreendeu cocaína naquele ano foi Mato Grosso.

O superintendente da PF em Porto Velho, Sérgio Fontes, considera o tráfico de drogas, ao lado da devastação ambiental, o problema mais grave enfrentado por Rondônia. Em seguida, vêm os conflitos fundiários.

ARREMESSOS

No caso da droga, de acordo com Fontes, a entrada se dá pelos municípios de Guajará-Mirim, Costa Marques e Pimenteiras.

Há ainda um outro caminho para o contrabando da cocaína que se tornou comum na região: os arremessos.

Aviões entram em território brasileiro e jogam a droga em determinados pontos previamente combinados com os traficantes. A partir desses locais, a cocaína é distribuída para o resto do País.

De acordo com os dados da PF, a Bolívia é o terceiro produtor mundial de coca, sendo precedida pelo Peru e pela Colômbia, país que lidera esse ranking.

Ocorre que tanto a Colômbia quanto o Peru enviam as drogas que produzem para serem comercializadas nos Estados Unidos e na Europa. A Bolívia, ao contrário, envia a cocaína processada para Brasil, que tem 8.062 quilômetros de fronteiras com os países produtores da droga. A imensa extensão do território facilita, portanto, a ação dos traficantes. T. M.

OESP, 21/10/2007, Vida, p. A39

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