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Se eleito, Lula terá que contornar conflito entre produção e preservação

Viaecológica-Brasília-DF
08 de Out de 2002

Exceto Fernando Gabeira, que no ano passado passou do Partido Verde para o PT, não faz parte do círculo mais próximo de Lula, de acordo com as análises da imprensa, nenhum outro nome que tenha se destacado na questão ambiental. Ele deve contar com José Graziano para as questões de terra, que têm muito a ver com os interesses do meio ambiente, e com lideranças mais bem preparadas do movimento das organizações não governamentais (ongs) ambientalistas, entre os quais ex-parlamentares como Márcio Santilli, do ISA.

Provavelmente terá também o apoio de segmentos do PSDB mais progressistas, como Fábio Feldmann, que ainda é assessor do presidente FHC para a Rio+10, e do ex-ministro Zequinha Sarney (PFL-MA), que teve apoio das organizações não governamentais; e eventualmente de segmentos do movimento verde (como a acadêmica Aspásia Camargo, do PV, professora da FGV). A família Sarney teria declarado apoio a Lula no primeiro turno, o que reforça a tese de que Zequinha seria ouvido. "Mas certamente vamos procurar nomes novos, comprometidos com a causa do PT e com experiência na questão ambiental, para ocupar a pasta do Meio Ambiente", disse à Via Ecológica um dos deputados federais mais próximos ao candidato Lula, já reeleito.

Devem ser aproveitados nomes com experiência em gestão ambiental que estão nos governos como o de Benedita da Silva, no Rio, e deixarão os cargos de confiança quando tomar posse a goverandora eleita Rosinha Garotinho. O primeiro problema na área ambiental que o eventual governo Lula enfrentará, no primeiro trimestre do ano que vem, será provavelmente um novo embate entre os ruralistas e os ambientalistas, em torno da Medida Provisória que mantém em vigor o atual Código Florestal. Como a bancada do PT aumentou bastante no Senado, principalmente, e na Câmara dos Deputados, ficará um pouco mais fácil administrar os conflitos entre produtores e ambientalistas, acreditam os analistas.

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