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Saúde Itinerante atende aldeia indígena de Feijó

A Gazeta-Rio Branco-AC
08 de Set de 2005

Os atendimentos fazem parte da comemoração de cinco anos de existência do programa, que foi criado em 2000, pelo senador Tião Viana (PT). É a primeira vez que os indígenas da aldeia Paroá recebem uma equipe tão grande de especialistas.
Feijó - No próximo dia 8, o Programa Saúde Itinerante irá completar cinco anos de existência. Para comemorar o sucesso, a equipe médica foi ao município de Feijó (360km de Rio Branco) para realizar atendimentos médicos na Aldeia Paroá, da tribo Kaxi-nawá. Após viajarem de avião, carro, barco e a pé, por 3h30, os profissionais do programa de saúde chegaram ao local, que fica às margens do Rio Envira.
Seis médicos, duas enfermeiras e uma assistente social consultaram parte dos 600 moradores da colocação indígena, que foi atendida nas especialidades de clínica geral, pediatria e geriatria. No final de cada consulta os pacientes receberam gratuitamente remédios, conforme prescrição médica.
Segundo o cacique Elói Nunes Ferreira, é a primeira vez que uma equipe, com tantos médicos, vai à aldeia Paroá. "Em 47 anos de fundação é a primeira vez que vem uma equipe de especialistas para atender o meu povo... Por esse motivo, nós ficamos muito satisfeitos e esperamos novas visitas do Saúde Itinerante".
Uma atenção especial também foi dada às mulheres, que realizaram exames de preventivo de câncer do colo do útero (PCCU). Esse diagnóstico previne diversas doenças e acontece gratuitamente. Para Estefânia Barbosa, líder feminina da Aldeia Paroá, esse exame é fundamental para a saúde das mulheres indígenas.
"Nossas mulheres não tem muito acesso a esse tipo de exame, aqui na aldeia. Acredito que essa seja a primeira vez que muitas realizam o PCCU". Ao final das consultas, os Kaxinawá convidaram os médicos do programa para participarem de danças. O ritual aconteceu para homenagear o Saúde Itinerante pelo seu quinto aniversário e serviu, também, para pedido de futuros atendimentos aos moradores do local.
De acordo com Celene Maria Prado Maia, coordenadora do Saúde Itinerante, essa nova visita não irá demorar muito. "Desde 2000, nosso programa tem como objetivo atender quem está nos locais mais afastados do Acre. Com a criação do Saúde Itinerante na Floresta, logo mais voltaremos a essa aldeia [Paroá] e ainda visitaremos muitas outras".
Criação e ampliação do programa - Idealizado pelo senador Tião Viana (PT) e executado pelo governo do Estado, o Saúde Itinerante tem o objetivo de oferecer atendimento médico especializado diretamente nos municípios, rios e aldeia do Acre, diminuindo, assim, a necessidade de deslocamento destes pacientes para cidades maiores, como a Capital Rio Branco. Geralmente, a equipe médica é formada por especialistas nas áreas de cardiologia, ginecologia, oftalmologia, pediatria, dermatologia, clínica-geral e ultra-sonografia.
Os médicos são acompanhados também por enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Desde sua criação, já foram atendidas mais de 55 mil pessoas em 20 dos 22 municípios do Estado.
Em julho deste ano, o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, assinou um convênio com o governo do Acre, que prevê o repasse de R$ 2 milhões para as ações do programa no Estado. Com isso, será possível triplicar o número de atendimentos aos acreanos do interior.
No ano que vem o Saúde Itinerante terá mais dois projetos pilotos para melhorar os atendimentos aos acreanos: Suporte de Cirurgias e a ampliação do Programa Mulher Cidadã.
Projeto Suporte de Cirurgias - Com parte dos recursos do Ministério da Saúde será possível a efetivação de pequenas cirurgias, que serão diagnosticadas e realizadas no local de atendimento ou no hospital mais próximo. O trabalho eliminará o processo - muitas vezes exaustivos - de viagens de pacientes que precisam ser atendidos fora de sua cidade.
Projeto Mulher Cidadã - Tem o objetivo de ampliar as ações dos serviços de atendimento diferenciado e exclusivo às mulheres. O ideal do projeto é a realização de exames preventivos, orientações e diagnósticos precisos sobre cada paciente. Em 2004, o projeto foi realizado nos municípios de Cruzeiro do Sul e Sena Madureira, atendendo aproximadamente 1.900 pessoas.

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