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Saúde indígena em situação precária

Em Tempo- http://www.emtempo.com.br
20 de Abr de 2014

A relação, por vezes tensa, entre grupos indígenas e gestores da área da saúde é notória. Com frequência assistimos a ocupações de prédios públicos, protestos que pedem pela troca da administração e descontentamento principalmente quanto à forma de aplicação dos recursos.

Um montante de um R$ 1,93 bilhão é repassado pelo governo federal e dividido entre os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) anualmente. O investimento seria suficiente para custear a atenção básica, para o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Alto Purus, Sebastião Haji Manchinery, 44, caso fosse administrado da maneira diferente.

"O montante em si daria para fazer um bom trabalho, mas como está sendo investido é que não permite. Por exemplo, nós pagarmos R$ 10 milhões para aluguel de carro, não é um bom negócio. Em longo prazo não é a melhor forma. A melhor forma é que se tenha investimento a longo, curto e médio prazo.", afirmou o indígena que esteve em Manaus, na última semana, para participar do 2o Congresso de Secretarias Municipais de Saúde das Regiões Norte e Nordeste.

Da etnia dos manchineri, concentrada no município de Assis Brasil, no Acre, Sebastião - que também foi representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) de 1994 a 1996 e, por 4 anos, esteve à frente da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) - apontou semelhanças nas dificuldades sofridas pelos indígenas do Amazonas, Acre e de outros Estados brasileiros, que totalizam uma população de 817 mil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de todo o investimento, a morte de indígenas acometidos de malária ou hepatite é um dado presente na realidade brasileira, segundo Manchinery. "Isto é verdadeiro: uma quantidade grande morre por malária", afirmou.

O presidente explicou que doenças como gripe, febre e as que acometem o estômago e o intestino, assim como as doenças de pele, também são recorrentes.

"Sempre temos muitos problemas intestinais. Diria que é em função tanto da alimentação e da bebida. Nos homens, a questão do alcoolismo é forte, mas tem também o abuso de açúcar e sal, que é situação bastante prejudicial à saúde. A maioria dos povos indígenas tem problema crônico, permanente, desde dentário até de pele", explicou.

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