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Saúde dos índios Pankararu é foco de projeto

Jornal da Tarde - clipping
Autor: Saulo Luz
23 de Jan de 2007

Gripe, diarréia, verminoses, pneumonia, tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis são comuns entre os quase 6 mil índios Pankararu, habitantes de reserva indígena no sertão de Pernambuco. A carência total da população local despertou atenção não somente do governo (através da Funai e Funasa), mas também da ONG Saúde Sem Limite (SSL), especializada em execução de programas de saúde para populações indígenas.

Terras secas, moradias precárias, eminência de conflitos com posseiros, doenças e desemprego. Esta é a realidade que levou os índios Pankararu a abandonarem suas aldeias e migrarem para grandes centros urbanos à procura de serviços temporários em canaviais ou canteiros de obras em capitais nordestinas. Outros migraram para regiões mais distantes como São Paulo, onde está estabelecido um núcleo Pankararu com mais de mil e duzentas pessoas, a maioria na favela Real Parque, Zona Sul.

De difícil acesso, a reserva em Pernambuco é composta por 14 aldeias espalhadas em pouco mais de 14 hectares de terras áridas. Os Pankararu vivem em condições precárias de moradia e saneamento. Apenas 16% das casas têm banheiro e 70% do lixo é jogado a céu aberto, poluindo a paisagem da caatinga. Apesar de a reserva estar há poucos quilômetros do Rio São Francisco, a escassez de água condena grande parte da produção agrária, acarretando graves problemas à saúde da população.

Durante um seminário sobre doenças sexualmente transmissíveis (DST), em 1999, os próprios índios procuraram a SSL solicitando um diagnóstico na tribo. O estudo concluiu que era urgente a necessidade de um projeto de combate à DST e, principalmente, ao alto índice de gravidezes de risco. "Grande parte das gestações não chegavam ao final, levando a mãe ou o bebê, ou ambos, à morte", conta Luzia de Azevedo Albuquerque, coordenadora regional da SSL.

Desta forma, a SSL elaborou o Projeto Saúde e Cultura Pankararu, que passou a cuidar da saúde de todas as gestantes indígenas da reserva. Em 2005, o projeto venceu um edital de concorrência do laboratório farmacêutico Pfizer, passando a contar com apoio da empresa, que deve ser estendido até o final deste ano. "O projeto contém um dos nosso valores, que é o apoio à comunidade. Mas o que nos interessou muito foi que o projeto atendia aos problema básicos da população, para uma população que necessitava muito de informação e educação para saúde", diz Cristiane Santos, gerente de Comunicação Corporativa da Pfizer.

O repórter viajou a Jatobá (PE) a convite da Pfizer.

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