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Rock in Rio lidera projeto ambicioso de reflorestamento na Amazônia

O Globo - https://oglobo.globo.com/sociedade
30 de Ago de 2017

Rock in Rio lidera projeto ambicioso de reflorestamento na Amazônia
Iniciativa ganha importância no momento em que desmatamento volta a crescer na região

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31/08/2017 11:31 / Atualizado 31/08/2017 12:09

Vista de cima, a Amazônia parece infinita. São 4,1 km² do território nacional ocupados pela imensa área verde que um dia já foi bem maior. Desde o início da colonização europeia no Brasil, a floresta já perdeu 19% da sua extensão. Só em 2016, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 8 mil km² foram desmatados. Os números chegaram a diminuir entre o início dos anos 2000 e o ano de 2014, mas voltaram a crescer a partir de 2015. Se nada mudar, em 20 anos, a Amazônia terá perdido 40% do território.
- A preocupação é muito grande. Os argumentos que justificaram o desmatamento no passado, como aptidão agrícola e boa área para a pecuária, não cabem mais. Não é preciso desmatar para produzir alimentos. Além disso, começamos a ter problemas de reputação e visibilidade perante outros países parceiros do Brasil. Recentemente, a Noruega indicou que vai reduzir os repasses para o Fundo Amazônia - alerta Rodrigo Junqueira, do Instituto Socioambiental (ISA).
Rodrigo explica ainda que o desmatamento é um dos principais emissores do efeito estufa, o que gera um efeito climático intenso, uma vez que a Amazônia cumpre um papel de regulador do clima para o Brasil e para o mundo. De acordo com ele, a chuva que incide na região Sudeste, por exemplo, nasce na floresta.
- Se a Amazônia deixasse de existir, haveria um impacto direto no clima do Sudeste. A dependência entre as duas regiões é significativa. Além disso, o desmatamento ameaça povos e populações que vivem da floresta e diminui a biodiversidade da mata. Boa parte dela é desconhecida. Antes de conhecer, vamos perdê-la. E isso é um patrimônio do Brasil - afirma.
O cardápio de soluções para amenizar o cenário desolador é grande, mas a união do trabalho de preservação com o reflorestamento pode ser uma boa saída. É esse o caminho que segue o Amazonia Live, projeto ambiental do Rock In Rio. Lançada em 2016, a iniciativa busca conscientizar para a redução das emissões de carbono produzidas no nosso dia a dia e conscientizar o público do evento através do plantio de árvores. O objetivo inicial da campanha era plantar 3 milhões de árvores nas cabeceiras do Rio Xingu, uma das regiões que mais perdeu área verde na Amazônia.
Até o momento, o projeto já angariou mais de 3 milhões de árvores. Desse total, um milhão foi doada pelo Rock In Rio. O restante foi doação de parceiros e do público, que pôde apoiar o Amazonia Live durante a compra do ingresso e diretamente no site do projeto. O festival ainda fará outras ações até a próxima edição, que acontece em setembro, para bater a meta o quanto antes. Do total de árvores arrecadadas, um milhão já começaram a ser plantadas na região.
- O projeto ainda vai até 2019. Espero que a gente bata os 4 milhões o quanto antes, porque isso é só início da conversa. Vamos levar a causa para Portugal em 2018 também. Queremos que as pessoas tomem consciência e mudem suas atitudes no dia a dia - explica Roberta Medina, Vice-Presidente do Rock In Rio.
A escolha das cabeceiras do Xingu como receptora do projeto não foi por acaso. As regiões de nascentes e beiras de rio são as principais áreas que precisam ser recuperadas, devido à diversidade socioambiental. As nascentes são fontes de água para o Parque Indígena do Xingu, onde vivem 16 povos que dependem dessa água e da floresta para viver.
A restauração da cabeceira do rio Xingu beneficia mais de 450 moradores da região, que coletam as sementes que serão plantadas. Os coletores fazem parte da Rede de Sementes do Xingu, uma rede de desenvolvimento comunitário que trabalha com o reflorestamento da Amazônia. A iniciativa já gerou uma renda de R$ 700 mil reais para as famílias envolvidas.
Tudo isso gera um impacto social muito grande na região, é um incentivo para a população local. E a temática social está presente no Rock in Rio. Desde 2001, já investimos mais de R$ 70 milhões em projetos - avalia Roberta.
Para Roberta Medina, o projeto reforça o pilar socioambiental do festival, que tem o olhar voltado para causas sociais e econômicas desde a sua primeira edição, em 1985. O Amazonia Live se destaca por ser o primeiro programa que vai atravessar várias edições do Rock in Rio.
- Foi natural abraçar ainda mais o tema das alterações climáticas, que iniciamos em 2016 compensando pela primeira vez as emissões de carbono do evento, sempre focando no comportamento e nas opções que as pessoas podem fazer no dia a dia. A nossa conversa é sobre apagar a luz, fechar a torneira, usar o transporte público. Existe uma provocação de ação final - explica ela.
Para mais informações: www.amazonialive.com.br/

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