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Ritual de despedida que dá força ao povo Xerente

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Autor: Val Rodrigues
08 de Ago de 2003

Os jovens da aldeia Cercadinho, em Tocantínia, participam das atividades da despedida do cacique Eduardo Xerente

A aldeia Cercadinho da reserva indígena Xerente, no município Tocantínia, na região Central do Estado, a 80 km de Palmas, se despede do cacique Eduardo Simnãwê Xerente, falecido no último dia 30 de julho. O ritual de despedida acontece hoje na Aldeia Porteira, a cerca de 12 km do município, a partir das 13 horas.

O ritual é desenvolvido pelos membros jovens da aldeia, denominados krupé, que enquanto prestam sua homenagem ao líder recebem ensinamentos dos pajés, com uma lição de coragem e respeito. Eles são preparados reservadamente, em meio a natureza, longe da vistas da comunidade. Os outros membros da aldeia e os não-índios só podem visitar o túmulo pela manhã, antes da homenagem dos krupé.

Os jovens vão para o túmulo, dançando e ao som de gritos de guerra. Eles são acompanhados por duas madrinhas, meninas da própria comunidade e pajés. No local, são incitados a pular o túmulo com um bastão, o que é uma demonstração de coragem, já que aqueles que cairem estão condenados à morte brevemente, de acordo com a lenda dos índios.

A família do cacique recebe a visita do krupé para as lamentações em sua residência. Eles retornam para o local de preparação, onde ouvem mais uma vez os ensinamentos dos mais velhos. Os jovens recebem oferendas e almoço da família do cacique, ali mesmo em sinal de agradecimento.

O ritual é uma das manifestações tradicioais da cultura dos povos indígenas, que acontece toda vez que morre um membro antigo ou líder da aldeia, numa saudação de respeito e admiração pelo falecido.

O coordenador de educação e cultura do Programa de Compensação Ambiental Xerente (Procambix), Edvaldo Srekmõrote Xerente, explicou que o ritual fortalece os laços entre os povos, já que reúne membros de várias aldeias vizinhas além de fortalecer a cultura dos índios

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