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Ritual de adeus na Aldeia Santa Cruz

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Autor: Lorena Karlla Barros
24 de Jan de 2003

A celebração será em homenagem ao índio Jurandir Krahô, morto recentemente; a despedida vai ser embalada com músicas e danças

As comunidades índigenas das aldeias Krahô da região de Itacajá, cidade localizada a 276 quilômetros de Palmas na região Nordeste do Estado, estão em festa a partir de hoje até domingo, 26. Na festa Pohkahoc os eventos acontecem durante o dia e a noite, nos três dias, na Aldeia Santa Cruz, a aproximadamente 80 quilômetros de Itacajá.

O motivo da festa é a despedida de um dos líderes daquele povo, o índio Jurandir Krahô, que morreu recentemente. Semelhante aos povos de cultura 'branca' ocidental, eles têm rituais de exaltação aos seus mortos. O diferencial é que a tristeza da despedida é encoberta por uma festa, com danças, comidas e cânticos característicos.

A aldeia Santa Cruz é uma espécie de centro representativo para as outras aldeias da região. Por isso, neste final de semana, mais de 400 pessoas dos povos Krahô escolheram ela para se encontrarem na Pohkahoc, palavra sem tradução exata para o português. A festa contará com as presenças do delegado regional da Funai de Araguaína, João Batista, e de autoridades do município de Itacajá.

Tradição
No final do século VII os krahô habitavam a região do Rio Balsas, no Maranhão. De acordo com a revista Almanaque Cultural, da Fundação Cultural, eles partiram em seguida para o acampamento da aldeia Pedro Afonso, em 1849. Atualmente vivem numa reserva considerada a maior área de cerrados totalmente preservado no Brasil.

Apesar da interferência dos brancos, os krahô têm conseguido manter suas tradições. Além do Pohkahoc, suas principais festas são o Penhác, que simboliza a passagem da adolescência para a vida adulta, e a Dança da Machadinha, que tem como símbolo um machado, que eles acreditam ter "caído do céu".

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