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Responsabilidade social preocupa bancos

OESP, Economia, p. B6
02 de Jun de 2004

Responsabilidade social preocupa bancos
Padrões socioambientais são cada vez mais observados na concessão de empréstimos

PRISCILLA MURPHY

A responsabilidade social está saindo da área de atuação filantrópica dos bancos e faz cada vez mais parte do dia-a-dia dos negócios no Brasil.
Ontem o Unibanco anunciou que, a partir de junho, passa a adotar em todos os empréstimos para infra-estrutura acima de US$ 50 milhões os Princípios do Equador, um conjunto de padrões socioambientais formulado em 2002 por um grupo de bancos liderados pela International Finance Corporation (IFC), subsidiária do Banco Mundial que financia projetos do setor privado.
Entre os princípios para conceder crédito estão, além das licenças ambientais previstas em lei, o risco de multa e encargos ambientais, o conceito da empresa na comunidade, a adoção de processos produtivos com menor impacto ambiental e o comprometimento da empresa com o desenvolvimento sustentável da região em que está instalada.
"Achamos que o tema sustentabilidade tem a ver com a nossa sobrevivência como instituição", diz Vitor Hugo, superintendente-executivo de desenvolvimento de negócios socioambientais e do agronegócio Brasil, Paraguai e Uruguai do ABN Amro, um dos signatários dos Princípios do Equador. Segundo ele, pesquisas indicam que mais da metade dos consumidores já leva a responsabilidade social da empresa em consideração ao comprar um produto. E há um filão de negócios para os bancos no financiamento de equipamentos para adaptar uma empresa a esses padrões.
Hugo disse ainda que a legislação brasileira, mais especificamente a Lei dos Crimes Ambientais, co-responsabiliza as instituições em caso de financiamento de atividades ambientalmente criminosas. E a Constituição prevê punição para quem tiver conhecimento da prática desse tipo de crime e não denuncie.
O Banco do Brasil está capacitando os funcionários e revendo projetos para agir de acordo com Agenda 21, formulada na Eco 92, e criou este ano uma diretoria de responsabilidade socioambiental. "A questão deixa de ser meramente de cunho filantrópico e passa a ser institucional", diz a diretora da área, Izabela Campos Alcântara.

OESP, 02/06/2004, p. B6

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