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Resex obtém certificação e Cinta Larga produz 200 toneladas de castanha em uma única safra

Pacto das Águas - http://pactodasaguas.org.br
09 de Jun de 2014

A castanha-do-Brasil produzida na Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, localizada no Noroeste de Mato Grosso, na divisa com o estado do Amazonas, acaba de ser certificada como livre de aflotoxinas. A certificação foi feita pela certificadora Ecocert e garante que a produção feita pelos moradores obedece rigorosos padrões de práticas de coleta, secagem e armazenamento da amêndoa. A aflotoxina é um fungo que ataca as amêndoas da castanha e pode causar intoxicação alimentar.

Além dessa certificação, está em processo também a certificação de produto orgânico pelo Ministério da Agricultura . Essas certificações são, mais do que a garantia da boa procedência dos produtos florestais, exigências de grandes compradores.

"Nós vamos criar uma rotina de análises das castanhas para que possamos dar garantias às empresas compradoras da qualidade da produção na Resex", explica Emerson de Oliveira, técnico do projeto Pacto das Águas, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. "Isso é um reflexo do empenho dos extrativistas e do resultados das ações do projeto", complementa. Desde o início do projeto, foram realizadas diversas capacitações em boas práticas de manejo. Também foram viabilizadas a instalação de mesas de secagem e a construção de barracões para armazenamento.

A Resex Guariba-Roosevelt é uma das comunidades mais antigas em tempo de parceria com o projeto. Somente nesta safra, o Pacto das Águas apoiou a comercialização de 45 toneladas de castanha e de 11 toneladas de látex. O projeto também apoiou a estruturação de duas associações, a Amorarr, na comunidade do rio Guariba, e a Amarr, na comunidade do rio Roosevelt.

Na safra anterior, entre o final de 2012 e início de 2013, a comunidade conseguiu um empréstimo da Conab por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para formação de estoque que permitiu o pagamento à vista para os produtores de castanha. Com o lucro obtido na comercialização, foi possível também subsidiar o pagamento da produção da seringa aos moradores.

Nesta safra, devido a mudanças feitas pela Conab para empréstimo para formação de estoque, as associações não conseguiram acessar o recurso, mas mesmo assim a produção não parou. "Nossa meta é continuar estimulando a produção de produtos florestais pelas comunidades", explica Emerson. "Com apoio do Pacto das Águas, uma das associações já conseguiu obter a inscrição estadual e está apta a receber novos empréstimos", salienta.

Já o povo indígena Cinta Larga, de Juína, entrou para o projeto no final do ano passado, com muita disposição, produzindo 200 toneladas de castanha-do-Brasil, que foram comercializadas a três reais o quilo. "Nós já tirávamos castanha desde 2007, mas vendíamos a cinquenta centavos o quilo, não compensava", aponta Zinho Cinta Larga, presidente de Associação Yterepuya.

Quando ficaram sabendo da existência do projeto, demonstraram o interesse em participar. Técnicos do Pacto das Águas realizaram reuniões com as lideranças das oito aldeias e decidiram investir na comunidade com capacitações e melhorias na infraestrutura como a construção de barracões para o armazenamento das castanhas.
"Antes a gente não tinha onde guardar a castanha, ficava em nossas casas, mesmo. Agora a gente tem onde guardar e podemos pegar mais na floresta", explica Zinho.
"Na Terra Indígena Cinta Larga de Juína são 150 pessoas em oito aldeias, mas apenas seis fizeram a coleta", explica. Zinho acredita que essa primeira experiência com o projeto Pacto das Águas se mostrou bastante benéfica à comunidade e espera que na próxima safra a adesão dos indígenas, assim como a produção, seja bem maior.

http://pactodasaguas.org.br/pt/noticias,11/comunidades-buscam-melhorias…

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