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Reservas estão cheias de grileiros de terras

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
30 de Jul de 2003

Apesar de os dirigentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) apregoarem o contrário, as 42 reservas indígenas existentes em Rondônia continuam totalmente invadidas por garimpeiros, madeireiros e grileiros de terras. Cerca de 7 mil índios (de 36 etnias contactadas e oito isoladas) não contam com políticas públicas nass áreas de saúde, educação e alternativas econômicas.
A Gerência Executiva da Funai, em Porto Velho, segundo algumas lideranças indigenistas, não conhece a real dimensão do problema. O que se sabe é que inúmeras denúncias têm sido feitas pelos líderes indígenas, mas até o momento nenhuma providência foi adotada para a preservação das terras e das culturas dos índios da região.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou alguns administradores regionais de órgãos, como Ibama, Funai e Incra, para restabelecer a moralidade no serviço público. No entanto, Olavo Nionov (Incra), Rômulo Siqueira (Funai) e Oswaldo Pittaluga (Ibama), a exemplo de seus antecessores, só têm se reunido e "discutido" o assunto, mas nada, na prática, estão fazendo para desintrusar as áreas invadidas, as queimadas e os desmatamentos indiscriminados.
A Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia (Cunpir) tem denunciado deliberadamente que dezenas de caminhões de madeireiros saem diariamente das terras indígenas - inclusive, onde há postos de fiscalização da Funai. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) concorda com a Cunpir no que diz respeito à omissão da Fundação.
A Funai, por sua vez, alega que não recebe recursos suficientes para manter seus postos de vigilância em funcionamento. Lideranças indígenas já estão se articulando para reprimir as invasões de suas terras - e até ameaçam guerrear contra os invasores, se a Funai não adotar providências urgentes para salvaguardar o patrimônio dos silvícolas que habitam as matas do Estado de Rondônia.

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