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Autor: Jaime Gesisky
24 de Mar de 2006
Unidades de conservação de uso sustentável, pessoas vivendo em áreas protegidas e subsistindo a partir dos seus recursos naturais. O que poderia parecer algo natural em se tratando de florestas tropicais habitadas - como é o caso do Brasil - ainda é motivo de muita, mas muita celeuma mesmo. Há quem chegue a defender a retirada de moradores tradicionais das áreas protegidas como forma de manter a floresta intacta.
Outra corrente segue em direção oposta e acredita que seja possível uma convivência sustentável entre homem e floresta. Representantes desta ala se reunirão na segunda-feira, dia 27, às 13:15hs, na 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8).
O seminário paralelo Contribuição das RDS para o desenvolvimento sustentável da Amazônia pretende reunir pessoas de várias partes do planeta para conhecer um pouco mais sobre a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Cujubim. O evento é uma contribuição da organização ambientalista Conservação Internacional ao tema.
No evento, será apresentado um panorama geral da criação de unidades de conservação de uso sustentável (que permitem a presença de pessoas em seu interior) ao longo dos últimos anos no estado do Amazonas. Ao todo, doze RDS já foram decretadas no país, sendo que todas estão localizadas na região amazônica. As RDS passaram a existir a partir de 2000 com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC. A criação de uma nova UC pode ser anunciada no evento.
A primeira experiência de RDS no Brasil aconteceu naquele Estado, em 1996, quando o governo transformou uma Estação Ecológica na RDS Mamirauá, criada pelo renomado biólogo paraense José Márcio Ayres, falecido em 2003.
As Reservas de Unidades de Conservação são decretadas pelo governo e, segundo as diretrizes estabelecidas pelo SNUC, as RDSs devem aliar a conservação da natureza e sua biodiversidade à melhoria da qualidade de vida da população que vive em seu interior.
Lançamentos Durante o evento, será lançado o folder sobre o projeto Rede de Conservação do Amazonas, que tem como objetivo principal mudar o atual cenário da conservação do Estado do Amazonas, ampliando e aumentando a inclusão social e a proteção efetiva dos ecossistemas e da biodiversidade.
Serão apresentados, também uma publicação sobre a RDS Cujubim e o site (www.cujubim.org.br). A idéia é divulgar a importância biológica da reserva, localizada na área de endemismo Inambari. Trata-se uma área com um número elevado de espécies que só ocorrem neste local e em nenhuma outra região.
O site e o livreto ressaltam também as ações desenvolvidas junto com as comunidades a fim de garantir a implantação da RDS Cujubim. Entre as principais atividades está a criação de infra-estrutura, o estabelecimento de um programa de monitoramento, o desenvolvimento de alternativas econômicas sustentáveis, a capacitação e organização da população local e a elaboração do plano de gestão da área.
O livreto possui 32 páginas e apresenta, entre outros dados, o que é uma RDS, as principais características da RDS Cujubim (quem são os moradores, as principais atividades econômicas dessas pessoas, por exemplo), as ações realizadas na área e o plano de trabalho que deverá ser realizado nos próximos anos. Além dessas informações, o site oferece um banco de imagens sobre fauna, flora e moradores da Reserva, bem como o acesso a arquivos e relatórios relacionados aos trabalhos desenvolvidos no local.
O site oferece também o blog da 1o Expedição Biológica na RDS Cujubim, onde disponibiliza o diário de campo com as principais novidades enviadas pela equipe de pesquisadores. Os relatos descritos neste blog são repassados por Raquel Carvalho, coordenadora da expedição, e pela equipe por meio de um telefone móvel via satélite. (http//:expedicaocujubim.conservation.org.br).
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