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Representantes da ONG Atini se reúnem com o diretor do Desai

Funasa - www.funasa.gov.br:8080/siscanot/noticias/not_2010/not.php?cod=105
05 de Fev de 2010

O diretor do Departamento de Saúde Indígena (Desai), Wanderley Guenka, recebeu, na tarde de hoje (5), em seu gabinete em Brasília, representantes da Organização Não-Governamental (ONG) Atini - Voz pela vida.

Participaram da reunião o chefe da Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde (Ascom), Domingos Xisto; o técnico da Coordenação de Operações (Coope/Desai), André Luiz Martins; a representante da Coordenação-Geral de Atenção à Saúde Indígena (Cgasi), Fabiana Santana; o diretor da Atini, Edson Suzuki; sua esposa Márcia Suzuki, presidente do conselho deliberativo da ONG; a representante da Frente Parlamentar "Família e Apoio à Vida", da Câmara dos Deputados , Damares Tavares; além de indígenas das etnias Ticuna e Suruwaha.

"Viemos aqui para apresentar a infraestrutura e as atividades desenvolvidas pela Atini, além de nos oferecer como parceiros da Funasa na luta para a promoção e atenção à saúde indígena. Como todos sabem, nossa missão é evitar o infanticídio nas comunidades indígenas, promovendo a conscientização, fomentando a educação e providenciando apoio assistencial às crianças em situação de risco, e àquelas sobreviventes de tentativas de infanticídio", disse Márcia Suzuki.

Damares Tavares contextualizou a preocupação da Atini em dar apoio e abrigo às crianças que correm risco de serem sacrificadas. "Sabemos que em algumas aldeias, por uma questão cultural ou por falta de opção, crianças que nascem com algum tipo de limitação física ou mental são condenadas ao sacrifício. Por isso, viemos compartilhar a discussão sobre o tema e nos colocar à disposição para dar abrigo a essas famílias identificadas", completou Damares.

"Uma prova de que o infanticídio, muitas vezes, é cometido por falta de opção é que muitas mães nos procuram para pedir ajuda e evitar que seus filhos sejam punidos por algo que não é culpa deles. Queremos auxiliar essas famílias e crianças no que for necessário e, se possível, tentar a reintegração na aldeia. Mas nem sempre conseguimos", reforçou Márcia Suzuki.

Wanderley Guenka agradeceu a presença de todos e se colocou a disposição para ajudá-los no que for necessário e estiver ao alcance da Funasa. "A Funasa tem feito de tudo para melhorar a atenção à saúde indígena, mas reconhecemos que são muitos os obstáculos culturais e geográficos. É preciso compreender, também, que a questão do infanticídio é muito delicada para se discutir e nem sempre temos alcance para evitá-los. Mas é claro que a Instituição sempre fará o possível para salvar a vida de uma criança", disse o diretor do Desai.

A Atini - Voz pela Vida é uma organização sem fins lucrativos, sediada em Brasília, reconhecida internacionalmente por sua atuação pioneira na defesa do direito das crianças indígenas. É formada por líderes indígenas, antropólogos, lingüistas, advogados, religiosos, políticos e educadores, e nutre profundo respeito pelas culturas indígenas.

A organização se inspirou na luta de uma mulher indígena - Muwaji Suruwahá - que levantou sua voz com coragem a favor de sua filha Iganani. A menina tem paralisia cerebral e, por isso, estava condenada à morte por envenenamento em sua própria comunidade. Muwaji desafiou a tradição de seu povo e a burocracia do mundo de fora para manter a filha viva e garantir seu tratamento médico.

Muwaji comoveu o Brasil quando afirmou, em rede nacional, que seria capaz de renunciar à convivência com seu povo para garantir o tratamento médico de sua filha. Felizmente isso não foi necessário e hoje Iganani é paciente da Rede Sarah de Hospitais. Ela e sua mãe alternam períodos na aldeia suruwahá com períodos de reabilitação em Brasília.

Publicado em 05/02/2010 às 18h57.
Última alteração: 18h58.

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