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Representante indígena diz que Brasil mostrou na OEA estar menos conservador

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Keite Camacho
22 de Out de 2005

"Fiquei extremamente surpreendida com as posições do Brasil nesta 6ª Rodada de Negociações. Em alguns momentos, os representantes brasileiros apoiaram integralmente as propostas do conclave", afirmou Azelene Kaingang, co-presidente do Conclave dos Povos Indígenas para a América do Sul.

Azelene se referia à reunião que aconteceu na Guatemala entre 10 e 14 de outubro, quando representantes de estados nacionais membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) e representantes dos Povos Indígenas se reuniram para chegar a um consenso sobre a Declaração Americana dos Direitos dos Povos Indígenas. Três dos 35 artigos do documento já foram adotados pelo continente americano - dois deles foram conquistados nesta rodada de negociações. Azelene espera que, em dois anos, todos os outros pontos da declaração estejam aprovados.

Ela destacou que os representantes brasileiros não só apoiaram artigos inteiros das delegações indígenas como convidaram outros estados membros da OEA a serem mais flexíveis sobre a adoção da declaração. Azelene avaliou que o grande avanço em relação às demais reuniões foi a mudança das posições do Brasil. "Ele já foi extremamente radical contra direitos básicos dos povos indígenas, garantidos até mesmo pela legislação nacional, pela Constituição Federal, leis complementares. O Brasil tinha posição de não concordar", contou.

Segundo Azelene, a mudança se deve ao fato de que o Brasil trocou seus representantes. "O diplomata brasileiro nas três primeiras rodadas era extremamente radical, conservador. O atual representante trouxe uma leitura multicultural, mais diversa dos povos indígenas."

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