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Remoção de indígenas doentes do Tapajós e Arapiuns será feita por helicóptero

G1 https://g1.globo.com/
Autor: Sílvia Vieira
31 de Ago de 2018

Já está em Santarém, oeste do Pará, ao helicóptero que fará o serviço de remoção de indígenas doentes das aldeias do Tapajós e Arapiuns para atendimento em saúde na sede do município. A aeronave foi entregue na quarta-feira (29) pelo coordenador do DSEI Guamá-Tocantins à presidente do Conselho Local de Saúde Indígena (CLSI), cacique e lideranças indígenas que participaram em agosto, em Brasília (DF), de uma reunião no Ministério da Saúde.

Segundo a presidente do Conselho Local de Saúde Indígena de Santarém e Belterra, Fabiana Borari, foi firmado um contrato emergencial para atender a remoção dos indígenas da região do Baixo Tapajós. Nesta sexta-feira (31), foi feito o sobrevoo na área das aldeias para marcar as coordenadas no GPS, para que o piloto saiba a distância e o tempo que usará para fazer a remoção. O trabalho precisou ser interrompido para a remoção de uma paciente da aldeia Solimões, mas será retomado na manhã de sábado (01/09).

"Já havia uma proposta de uma remoção aérea para a região. Com a reunião com o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, se firmou o contrato da aeronave e as duas equipes emergenciais para o atendimento rotativo que será contratado logo após a troca da conveniada do DSEI. Os trâmites devem ocorrer entre setembro e outubro. Também deve ser dada uma solução a questão da comunicação nas aldeias do Baixo Tapajós", informou Fabiana Borari.

O trabalho de remoção de doentes será feito sempre durante o dia, uma vez que à noite a visibilidade para voo é prejudicada.

O uso do helicóptero permitirá não só a remoção dos indígenas doentes, como também, a entrada de equipes multidisciplinares para fazer atendimento dos indígenas nas aldeias.

Segundo Fabiana Borari, desde a paralisação do serviço de ambulanchas pela Secretaria Municipal de Saúde de Santarém, devido a problemas de manutenção das embarcações, a remoção dos indígenas que sempre foi um problema, se agravou ainda mais. Sem condições de trazer os doentes das aldeias, as lideranças ocuparam por mais de uma semana a sede da Sesai em Santarém, como forma de chamar atenção das autoridades.

Casos recentes
Fabiana Borari informou que o último caso de indígena que veio a óbito, da aldeia Zaire, pela falta de transporte para remoção de doentes, foi de um índio picado de cobra. "Dois indígenas foram picados por cobra. A remoção só aconteceu mais de 12 horas após a picada, levando a óbito um deles", contou.

Outro recente foi de uma mulher em serviço de parto. Um bebê morreu na barriga da mãe, a travessia do Rio Tapajós feita por iniciativa de moradores. Mas, devido à demora no deslocamento para Santarém, quando a mulher deu entrada no Hospital Municipal de Santarém também faleceu.

"Pela fato da Sesai ainda não estar atuando como deveria que é na atenção básica, nas aldeias, o coordenador do DSEI priorizou o helicóptero já para operação emergencial de remoção dos paciente indígenas do Baixo Tapajós. A situação é tratada como emergência total", finalizou Fabiana Borari.

https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2018/08/31/remocao-de-i…

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