Relatório diz que não há outra região para assentar arrozeiros

O delegado federal da Agricultura, Gelb Platão Pereira, disse que este ano o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Amauri Dimazio, solicitou à Delegacia Regional que elaborasse um relatório sobre a real situação das áreas utilizadas para a rizicultura no Estado.
O relatório foi concluído e enviado no dia 5 de maio deste ano. O levantamento concluiu que, no que diz respeito às áreas de várzea propícias para a cultura do arroz, a maior parte está localizada na região de floresta e circundada por mata ciliar e a outra parte importante nas margens dos rios Mau, Surumu e Cotingo, onde estão estabelecidas 85% das áreas plantadas com arroz irrigado.
Segundo o documento, embora haja no Estado uma área considerada de várzea na região de floresta, existem impedimentos naturais e legais que inviabilizam a produção e ocupação dessas áreas, pois a mata ciliar, estrutura biológica de alta relevância para o meio ambiente, não pode sofrer alteração pela atividade humana de acordo com a lei vigente no país.
Por outro lado, a estas mesmas regiões, devido às condições climáticas de regime equatorial úmido, favorece a incidência de microorganismos, tal como a Bruzone do arroz causada por fungos.
Um outro fator que interfere na utilização destas várzeas é o percentual de desmatamento, em torno de 20%, permitido pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), o que torna impossível qualquer tentativa de utilização destas regiões.
Além destes fatores, as várzeas de florestas sofrem alagamento em determinadas estações, permitindo apenas uma única safra anual contra duas ou até três safras em região de lavrado, que não sofre esse problema com os regimes de chuvas no Estado.
Em suma, o relatório descarta qualquer possibilidade de locomoção dos arrozeiros destas regiões, não havendo outra alternativa de local para o cultivo e caso isto venha a ocorrer, a cultura do arroz no Estado será prejudicada.