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Regional Escritório Nacional

GTA-Manaus-AM
11 de Out de 2005

Vídeo indígena está na 29a Mostra Internacional de Cinema

De acordo com nota de março da agência Repórter Social, dois jovens Xavante de Pimentel Barbosa, norte de Mato Grosso, receberam uma difícil missão dos anciãos da aldeia Etenhiritipá. Preocupados em registrar as tradições do grupo para preservar suas tradições e divulgá-las os não-índios, encarregaram Caimi Waissé e Jorge Protodi de registrar em vídeo um dos mais importantes rituais dos indígenas. Assim nasceu o vídeo Darini, que tem o mesmo nome do ritual de iniciação que retrata e foi lançado em abril, em São Paulo, e agora foi classificado para a vigésima nona edição da Mostra Internacional BR de Cinema.

O Darini é um ritual tradicional que ocorre de 15 em 15 anos. Crianças e jovens, de 2 a 19 anos de idade aprendem a importância da cultura Xavante, através de músicas e danças, repetidas diariamente durante um mês. Para os indígenas, esse ritual fortalece o físico e o espírito. Participam do Darini todos os homens da aldeia, responsáveis por ensinar os cantos e danças. Nos últimos dias, jovens e adultos saem pela mata entoando as canções, que falam principalmente sobre as estações do ano. Todo o processo foi acompanhado pelas câmeras comandadas pelos dois diretores, sem nenhuma interferência de não-índios durante a gravação.

(Nota: isso fez toda a diferença. Sem olhares estranhos, uma vez que os videastas eram também participantes, as reações foram as mais espontâneas possíveis e o registro, inteiramente falado em Xavante com legendas em Português, emociona todos os espectadores).

A idéia de registrar o ritual em vídeo foi conseqüência de um trabalho que vem sendo desenvolvido pela ONG Nossa Tribo e pela Aliança dos Povos do Roncador desde 2004. O trabalho, que conta com a fotógrafa Rosa Gauditano e com a educadora Sônia Cavalari, leva índios para eventos e ensina técnicas para que eles registram o cotidiano da comunidade. Depois da gravação, a Universidade Metodista de São Paulo ofereceu o apoio para a pós-produção.

Caimi Waissé acha que a oportunidade rendeu bons frutos. Além de fazer o vídeo, eles aprenderam outras coisas ligadas à Comunicação. "É interessante porque aprendemos tudo na prática. E este também é um meio de tentar aprimorar a comunicação nas aldeias. Isso é bom para nos fortalecermos", explica.

O vídeo, com duração de 46 minutos, foi lançado em abril na inauguração do auditório do Museu Afro-Brasil, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, na exposição Xavante no centro cultural Argos, em Jundiaí, e na Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo.

Uma das aldeias Xavante, a Wederã, também tornou-se recentemente a mais nova integrante da rede brasileira de pontos do programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura

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