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20 de Jul de 2010
Mesmo com avanços, para fontes do setor, a depender do resultado das eleições, os projetos podem ser arquivados
São Paulo/Fortaleza Alvo de críticas severas do mercado, os investimentos bilionários da Petrobras em duas refinarias nos Estados do Ceará e do Maranhão começaram a sair do papel na semana passada, com a contratação dos serviços de terraplenagem da unidade maranhense. No caso da planta cearense, o governo do Estado finalmente assinou um acordo com tribo Anacé, liberando a área que se encontrava em conflito com as terras reivindicadas pelos indígenas, para construção da refinaria, no município de Caucaia. No entanto, apesar dos avanços, ainda suscitam dúvidas quanto à sua continuidade. Segundo fontes do setor, a depender do resultado das eleições de outubro, os projetos podem ser arquivado.
"Tecnicamente é bastante justificável que o Brasil invista em refinarias, mas por que em tantas e por que justamente naquela região? Isso é uma decisão política que pode ser questionada", comentou o consultor Luiz Henrique Sanches, ex-diretor comercial da refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, a única de controle privado no território nacional.
A Petrobras argumenta que a opção de investir US$ 32 bilhões nos próximos cinco anos para modernizar suas refinarias e construir mais quatro - em Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Maranhão - faz parte da estratégia de agregar valor ao petróleo que será produzido no pré-sal, para depois exportá-lo.
Sobre a escolha do Ceará e do Maranhão, locais em que serão erguidas as sedes das refinarias Premium, dedicadas especificamente a essa função, a estatal argumenta que estariam mais próximas dos mercados europeu e americano. A escolha do Ceará, segundo analisam fontes do setor, no entanto, estaria ligada à proximidade do PT com o PMDB local. Já o Maranhão estaria representado pelo ex-ministro de Minas e Energia do governo Lula, Edison Lobão.
Há também o presidente do Senado, José Sarney, que, dois dias antes da assinatura do contrato para os serviços de terraplenagem da refinaria Premium pela Petrobras, teve encontro com o presidente Lula.
PETRÓLEO
CE produz 9,4 mil barris/dia em junho
A produção média de petróleo e gás natural da Petrobras no Ceará atingiu 10.349 barris de óleo equivalentes diários (boed), em junho deste ano - 0,4% do total produzido pela estatal. Considerando apenas os campos de petróleo, o volume produzido foi de 9.459 barris/dia, sendo 1.759 em terra e 7.700 no mar. No gás natural, a quantidade média registrada foi de 142 mil metros cúbicos/diários.
Levando-se em conta todo o volume produzido pela empresa, no Brasil e no exterior, no sexto mês de 2010, foram 2.563.193 boed. O volume representa um incremento de 2,3% sobre a quantidade produzida em junho de 2009. Somente nos campos no Brasil, a produção média de petróleo e gás alcançou 2.315.117 boed. Esse volume representa um aumento de 2,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. A produção exclusiva de petróleo dos campos nacionais chegou a 1.977.793 barris/dia.
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