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Rede indígena de radiofonia do rio Negro ganha 14 estações com apoio da Amazônia Celular/Telemig Celular

ISA
22 de Jan de 2008

Comunidades que vivem na região do Médio Rio Negro estarão, em breve, conectadas à rede de radiofonia indígena, saindo do isolamento em que vivem. O projeto foi apresentado pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e pelo ISA à empresa de telefonia celular Amazônia/Telemig, que doou os equipamentos.

A rede de radiofonia indígena do rio Negro acaba de ganhar mais 14 estações, localizadas nos municípios de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro. Dessa forma, mais comunidades estarão integradas à rede da Foirn por meio de equipamentos doados pela Amazônia Celular/Telemig Celular, no valor total de R$ 93.520,00. Cada estação inclui um aparelho de rádio e alguns acessórios, uma antena, uma placa solar e uma bateria. Agora, é preciso conseguir apoio para custear as despesas de transporte e instalação dos equipamentos. estimadas em R$ 27 mil. Mais da metade dessa quantia é destinada ao combustível para o deslocamento em voadeira com motor 40hp, a partir de Santa Isabel e Barcelos, para alcançar comunidades distantes até 200 km.

Sediada em São Gabriel da Cachoeira, cidade situada a mil km a noroeste de Manaus, a rede de comunicação da Foirn, que reúne mais de 60 associações indígenas de base, compreende 123 estações de radiofonia, em sistema de freqüência fixa, em ondas SSB. Elas operam nas comunidades localizadas nos 10,6 milhões de hectares de Terras Indígenas demarcadas na porção mais alta da bacia. Com a doação das estações, a rede será ampliada, abrindo possibilidades para novas atividades. (veja mapa e no final do texto, quadro com a relação das 14 comunidades).
Na região do Médio Rio Negro, entre os municípios de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos, as comunidades indígenas, representadas por duas associações de base da Foirn - Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro (ACIMRN) e Associação Indígena de Barcelos (Asiba) - lutam pelo reconhecimento de suas terras, ainda não demarcadas. Dois grupos de trabalho da Fundação Nacional do Índio (Funai) estiveram na região no ano passado fazendo a identificação das terras, primeira etapa do processo de demarcação. As novas estações vão facilitar a participação indígena no processo de reconhecimento dos seus direitos territoriais e no acesso aos serviços de atendimento de saúde e outras informações.

Essas comunidades situam-se às margens do rio Negro e de seus afuentes tanto da margem direita quanto esquerda (confira no mapa) e suas populações vivem basicamente da agricultura, da pesca e do extrativismo. São formadas por famílias indígenas Baré da própria região e por algumas vindas do Alto Rio Negro, como Tukano, Baniwa, Dessano, Tariano, Arapaço, Piratapuia e outras. A maioria é Baré falante de nhengatu e português. E outra parcela da população fala Tukano e Baniwa. .

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