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03 de Jan de 2012
Na tarde desta terça-feira (3), quilombolas do território Aldeia Velha, zona rural de Pirapemas, Maranhão, estiveram reunidos com o delegado, Dr.Leonardo Diniz, para instauração de um Inquérito Policial para apurar os diversos crimes cometidos contra famílias quilombolas dos povoados que integram o território de Aldeia Velha, que vão desde ameaças de morte, incêndio de roças, envenenamento de água de poço, matança de animais, pistolagem e outros.
Na oportunidade, os requerentes afirmaram que sentem medo de sofrer atentado contra suas vidas ou de algum familiar e que por esse motivo não saem mais sozinhos. Em seguida, um inquérito foi instaurado. Anteriormente muitas denúncias também já tinham sido feitas pela CPT, Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA e Anistia Internacional. A oitiva encerrou por volta das 17hs.
Denúncia
Em declaração via e-mail, a coordenação do CPT informou que, no momento em que os quilombolas estavam retornando às suas casas, um deles, identificado como João Batista, foi perseguido por dois homens em uma moto. O quilombola teve que se esconder em meio a mata para não ser executado pelos pistoleiros, que o procuraram por toda a área lançando ameaças de morte.
Após longos 20 minutos de fuga, João conseguiu chegar ao povoado de Salgado, onde comunicou todos os outros trabalhadores sobre o ocorrido. Logo em seguida o delegado, Dr. Diniz, foi comunicado pela liderança do local, Sr. José Patrício.
Outros casos
No dia 3 de dezembro de 2011, um caso envolvendo a comunidade quilombola de Salgado, zona rural de Pirapemas (MA), veio a tona. Ao todo, 18 animais pertencentes à um morador, Sr. José da Cruz, foram mortos através de envenenamento de água. O fato ocorreu dois dias após a ida do Delegado Agrário à área do conflito. Há suspeitas que o responsável envenenou a água com intuito de matar os moradores da região.
Esta não é a primeira vez que o Sr. José da Cruz sofre com um atentado. No final de agosto, um pistoleiro efetuou disparos em direção à casa do líder quilombola, matando uma porca.
Segundo informações, os responsáveis por toda essa violência são dois homens, identificados como Ivanilson Pontes de Araújo e seu pai, Moisés Araújo. Ambos travam um conflito possessório com a comunidade desde 1982.
As famílias do quilombo receberam em 2010 uma ordem de posse, porém, os mesmos continuam recebendo ameaças.
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