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Quem é Nega Pataxó, indígena assassinada em ataque ao povo Pataxó Hã Hã Hãe

Diário de Pernambuco - https://www.diariodepernambuco.com.br
23 de Jan de 2024

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, o ataque aconteceu após cerca de 200 fazendeiros

Por: Agência Brasil
Por: Diario de Pernambuco

Uma indígena do povo Pataxó Hã Hã Hãe foi assassinada e outras pessoas foram baleadas na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, localizada no sul da Bahia.

Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, foi um ataque de fazendeiros do grupo autointitulado "Invasão Zero", na retomada da Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, em área reivindicada pelos Pataxó Hã Hã Hãe como de ocupação tradicional.

A vítima fatal foi Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Muniz. Ele também ficou ferido e passou por cirurgia. Uma mulher teve o braço quebrado. Além disso, duas pessoas foram espancadas e outras pessoas foram hospitalizadas, mas sem gravidade.

Nega Pataxó era liderança espiritual e professora com importante atuação junto à juventude e às mulheres indígenas e, com seu irmão, integrava redes de saberes tradicionais de Universidades brasileiras, sendo doutora em Educação por Notório Saber pela UFMG, e o cacique Nailton, doutor por Notório Saber em Comunicação Social pela mesma universidade.

Segundo a Polícia Militar um fazendeiro foi ferido com uma flechada no braço, mas seu estado é estável.

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, o ataque aconteceu após cerca de 200 fazendeiros e comerciantes da região serem mobilizados por meio do WhatsApp para recuperar, sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado (20). Eles cercaram a área com dezenas de caminhonetes. Dois fazendeiros foram detidos por porte ilegal de armas, incluindo o autor dos disparos, além de um indígena que portava uma arma artesanal.

Nesta segunda-feira (22), uma comitiva liderada pela ministra Sonia Guajajara, embarca para a região. O Ministério dos Povos Indígenas acompanha o caso desde que recebeu as primeiras informações e está fazendo interlocuções com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, incluindo diretamente a Polícia Federal, com os Ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e com a Secretaria de Segurança da Bahia.

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