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As queixas de sempre: falta dinheiro

CB, Brasil, p. 13
16 de Set de 2005

As queixas de sempre: falta dinheiro

Ullisses Campbell
Da equipe do Correio

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ouviu ontem reclamações de 17 instituições governamentais que compõem a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Adema). As queixas giraram em torno do atraso e do corte dos recursos do Plano Nacional de Meio Ambiente. Dos R$ 8 milhões previstos para 2005, o Banco Mundial programou o repasse de R$ 5 milhões. E ainda assim, com atraso.
Segundo a presidente da Adema, Alexandrina de Moura, o atraso e os cortes nos recursos para o meio ambiente estão dificultando a execução de diversos projetos de proteção de áreas de mananciais, tratamento de água e de resíduos sólidos. Os investimentos nessa área foram uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marina Silva prometeu ontem que vai se empenhar em pedir ao Ministério do Planejamento que sejam investidos mais recursos para os estados manterem em dia a execução do Plano Nacional de Meio Ambiente. Ela garantiu ainda que, hoje, durante teleconferência com executivos do Banco Mundial vai cobrar mais agilidade no repasse dos recursos.
Os membros da Adema reclamaram ainda que enfrentam dificuldades para marcar hora na agenda da ministra. Desde que assumiu o cargo, em 2003, Marina Silva recebeu apenas uma vez a entidade que congrega todos os secretários estaduais de meio ambiente. "Ela prometeu nos receber mais vezes", disse a presidente da associação.

Unidades
Quem também vai fazer cobranças à ministra Marina Silva é a Rede de Organizações Não-Governamentais da Mata Atlântica, que exige do governo federal a promessa de criação de oito unidades de conservação. O compromisso também foi firmado por Lula quando ainda era candidato à Presidência em 2002. Em maio deste ano, a ministra garantiu, durante a Semana da Mata Atlântica, em Campos do Jordão (SP), que as reservas seriam criadas ainda neste governo.
Os especialistas que exigem do governo a criação dessas áreas se basearam em estudo elaborado por um grupo de trabalho que reúne técnicos do ministério, Ibama, universidades e ONGs. Já foram concluídas as consultas públicas, com a realização de dez reuniões em sete municípios.
A Rede Mata Atlântica reúne quase 300 entidades de 17 estados que têm em seus territórios a ocorrência do bioma Mata Atlântica. As áreas em questão ficam no Paraná e Santa Catarina, onde ainda existem fragmentos representativos de floresta com araucária, o ecossistema mais ameaçado do bioma. No Paraná, há outras cinco unidades: Parque Nacional dos Campos Gerais (23 mil hectares), Reserva Biológica das Araucárias (16 mil hectares), Refúgio da Vida Silvestre do Rio Tibagi (31,6 mil hectares), Reserva Biológica das Perobas (11 mil hectares) e Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas (16,4 mil hectares). E três existem em Santa Catarina: Estação Ecológica da Mata Preta, Parque Nacional das Araucárias e Área de Proteção Ambiental das Araucárias. Juntas elas têm mais de 445 mil hectares.

CB, 16/09/2005, Brasil, p. 13

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