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Publicação do ISA sobre povos indígenas tem lançamento em Manaus

A Crítica (AM) - http://acritica.uol.com.br
Autor: Elaíze Farias
29 de Nov de 2011

Dez novas etnias foram incluídas no quadro de povos indígenas no Brasil nos últimos cinco anos. Também foi identificado um aumento populacional de indígenas no país.

Pelo menos um povo indígena da Amazônia teve um decréscimo em sua população. De cinco, os juma passaram a ser apenas quatro pessoas. No texto dedicado aos índios juma, a autora Luciana Barroso C. França relata uma viagem de visita dos últimos remanescentes do povo a sua terra de origem, no Amazonas. Atualmente, os Juma vivem em um território junto com outro povo, Uru-eu-wau-wau, em Rondônia.

Informações como estas fazem parte de um extenso volume que o Instituto Socioambiental (ISA) lança em Manaus, nesta quarta-feira (30). O 11o volume da série "Povos Indígenas do Brasil" reúne em 763 páginas a história e os fatos recentes envolvendo os indígenas do país.

A obra, espécie de "enciclopédia" atual dos povos indígenas, faz parte de uma série que o ISA começou a produzir há 31 anos. Hoje, as edições do ISA estão entre as principais fontes de informação do gênero no país. O livro traz 166 artigos analíticos, 810 notícias, 236 fotos e 33 mapas.

Pendências

A atual publicação do ISA abrange os anos de 2005 e 2010. Temas controversos referentes à questão indígena estão contemplados com profundas análises no campo jurídico e antropológico.

A polêmica demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará e Mato Grosso, e a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e sua "precária implementação" mereceram artigos específicos dos colaboradores da publicação.

"Um dos casos de déficit de atendimento especializado é com os povos indígenas da TI Vale do Javari (AM), cuja crise sanitária, com graves conseqüências demográficas, se arrasta há anos", escrevem os organizadores da publicação, Beto Ricardo e Fany Ricardo.

Em sua apresentação, os autores da publicação destacam entre os principais fatos o significativo volume de pendências (723 casos) de Terras Indígenas com a Fundação Nacional do Índio (Funai) registrado em 2011.

Ritual

A obra também dedica análises sobre as conseqüências do que chama de "caso emblemático de esquizofrenia resultante da partilha dos ministérios entre diferentes partidos políticos".

O exemplo é o caso dos indígenas da etnia Enawenê-nawê, povo que habita no noroeste do Mato Grosso, cujo ritual indígena (considerado o mais extenso da Amazônia) foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas que ficou comprometido pela autorização à operação de cinco hidrelétricas à montante da aldeia. Estes empreendimentos já causaram distúrbios do fluxo do rio, prejudicando o aparecimento de peixe.

População

Embora utilizem subsídios do IBGE, que no Censo de 2010 incluiu nas questões perguntas sobre etnia e língua, os organizadores esclarecem que há diferenças das estimativas populacionais com os dados do ISA, o que exige uma comparação entre as metodologias utilizadas. Para o IBGE, são 502.963 indígenas vivendo nas aldeias e 315 em áreas urbanas. Para o ISA, que ainda utiliza a soma de um quadro anterior, são 590 vivendo nas aldeias.

A publicação do ISA já teve lançamento em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). Manaus é a última cidade a receber o lançamento oficial. Ele acontece nesta quarta-feira, na Galeria Amazônia, na rua Costa Azevedo, 272, no Largo do Centro, a partir de 18h30. O preço da capa é de R$ 75. No lançamento, a obra custará R$ 50.

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