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Protesto tumultua Curitiba

OESP, Nacional, p. A15
29 de Mar de 2006

Protesto tumultua Curitiba
Via Campesina vai às ruas contra os transgênicos

Evandro Fadel

Integrantes da Via Campesina fizeram uma grande manifestação em Curitiba, na manhã de ontem, causando muita confusão no tráfego. Segundo os manifestantes, pelo menos 5 mil pessoas, que estão em Curitiba para um encontro, participaram do ato, que terminou em frente ao Shopping Estação, onde acontece a reunião de ministros de Meio Ambiente. A ministra brasileira Marina Silva foi conversar com eles.
O ato começou com muito mais força, quando a Via Campesina e os professores, que fizeram uma manifestação pedindo melhoria nos salários, reuniram-se em frente ao prédio da Universidade Federal do Paraná. "É um ato histórico que une o campo e a cidade", discursou o líder dos sem-terra, João Pedro Stédile. Dali eles seguiram juntos por algumas quadras, separando-se em seguida. Enquanto os professores foram para o Centro Cívico, a Via Campesina seguiu até o Estação.
A ministra foi recebida com muitas palmas na Praça Afonso Botelho, onde os manifestantes descansavam. "Março está se transformando em grande batalha que começou em Porto Alegre e se prolonga aqui", disse o coordenador do Movimento dos Sem-Terra (MST) no Paraná, Roberto Baggio. E colocou as reivindicações: proibição das sementes estéreis, aperto na fiscalização contra os transgênicos, rotulagem dos produtos com transgênicos e desapropriação da fazenda da Syngenta, invadida pelos sem-terra. A isso foi acrescentado o pedido para que o Brasil não assine novo acordo agrícola com a Organização Mundial do Comércio.
Em seu discurso, a ministra disse que somente a natureza é capaz de unir nações ricas e pobres. "Se não acharmos um caminho para proteger a natureza, tanto ricos quanto pobres morrerão", disse.
Segundo ela, o governo federal foi corajoso ao defender a identificação de transgênicos, com um tempo para adaptação, e a continuidade da moratória para as pesquisas com sementes estéreis. Sobre os outros temas, nenhuma palavra.

OESP, 29/03/2006, Nacional, p. A15

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