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Protesto reúne mais de mil indígenas diante do BNDES

OESP, Vida, p. H7
19 de Jun de 2012

Protesto reúne mais de mil indígenas diante do BNDES
Manifestantes querem fim de participação do banco em obras como a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará

RIO -

Cerca de mil indígenas se reuniram em frente à sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na manhã de ontem, no centro do Rio, para protestar contra a participação da entidade financeira estatal em obras de infraestrutura realizadas em áreas indígenas no País, tais como a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (Pará).
Com roupas típicas, os corpos pintados e ostentando tacapes, arcos e flechas, eles exigiram que a realização dessas obras não prejudique o cotidiano das 3,5 mil tribos espalhadas pelo Brasil.
O protesto começou no Aterro do Flamengo - onde paralelamente à Rio+20 ocorre a Cúpula dos Povos. O grupo atravessou pistas de grande circulação apontando suas tradicionais armas em direção a motoristas e pedestres, dançando e cantando.
Houve confusão na chegada à sede do BNDES, quando alguns indígenas invadiram as laterais do prédio e pularam as grades que cercam o local. Os edifícios do banco e da Petrobrás, instalada nas proximidades, fecharam suas entradas principais.
Representantes da ONG Causa Indígena distribuíram panfletos afirmando que a ausência "de demarcação dos territórios aguça os conflitos". Após meia hora de protesto, 12 lideranças indígenas foram recebidas pelo vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz. Uma comissão com cinco representantes indígenas será formada para uma segunda reunião, que deverá ocorrer em julho, quando o banco pretende expor ações de diminuição de impactos socioambientais dos projetos que participa.
À tarde, a sede do banco voltou a ser palco de um protesto, quando cerca de mil pessoas participaram da "Marcha à Ré da Rio + 20". Os manifestantes caminharam "de ré" em alguns trechos do percurso, que teve origem no Museu de Arte Moderna (MAM), no centro do Rio, para expor seu descontentamento com o que consideram retrocessos da política ambiental do governo Dilma Rousseff .
Mais cedo, também no centro do Rio, uma passeata organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Via Campesina reuniu cerca de 3 mil pessoas contra o "capitalismo verde e mercantilização da natureza". / FERNANDA NUNES, PAULA BIANCHI, MARCELO GOMES E HELOISA ARUTH STURM

OESP, 19/06/2012, Vida, p. H7

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