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Propaganda contra Exército destrói identidade nacional

Folha de Boa Vista-RR
08 de Dez de 2001

Na visão do professor Olavo de Carvalho, a defesa da Amazônia está inserida no contexto do patriotismo e da conservação da identidade nacional. Segundo ele, de 20 anos para cá, tem havido ataques frontais à identidade nacional, a partir da propaganda contra as Forças Armadas.
Conta que nos Estados Unidos as cidades nasceram ao redor de igrejas protestantes. No Brasil, as cidades surgiram em torno de fortes militares. Assim, as Forças Armadas são as criadoras da identidade nacional, tanto que só se encontra consciência histórica de nacionalidade entre os militares, pela visão mais clara que têm da unidade nacional.
"Ao se atacar as Forças Armadas, fere-se a espinha dorsal da identidade nacional. Por outro lado, também se atacam valores históricos. Depois, existe uma coisa gravíssima, que é a introdução de valores e critérios de pensamento que não se aplicam ao Brasil".
Olavo de Carvalho citou como exemplo a defesa que hora se faz da política de cotas raciais. Argumenta que tendo o Brasil 46% de mestiços seria difícil definir as cotas. Para ele, seria vestir uma camisa de força e obrigar o país a se adaptar a uma visão de mundo e linguagem impróprias para expressar a nossa realidade.
"Tudo isto é uma progressiva destruição do senso do que é o Brasil. Este quadro é originado em três fontes: os organismos internacionais; as fundações subsidiadas por grandes bancos estrangeiros; a intelectualidade mundial; e a mídia, de certo modo, herdeira do movimento comunista. Juntaram-se estas forças heterogêneas, mas todas convergindo para o mesmo resultado, que seria a debilitação da identidade nacional brasileira".
VONTADE - O professor admite a tentativa do centro-sulista impor o que pensa sobre a Amazônia. Porém, diz que quem deve decidir o que é melhor para a região são aqueles que nela moram, sendo incompreensível que um paulista ou um carioca queira decidir o melhor caminho para a região.
"A classe política e a mídia intelectualizada, em geral, refletem tendências que vêm de fora. Nos Estados Unidos, 40 anos atrás, houve uma campanha de debilitação da identidade americana, exatamente como fazem aqui. Estas forças têm interesse em dominar o Brasil, como têm em relação aos Estados Unidos. Lá, há uma tradição histórica e temos que fazer a mesma coisa". O professor afirma que a vontade do povo em definir o seu futuro é cultural e os amazônidas não devem aceitar a opinião da mídia, mas lutar para mudá-la.
ÍNDIOS - Olavo de Carvalho acredita que os índios estão sendo usados como pretexto para a debilitação e quase desmembramento da unidade nacional. Diz que em muitos lugares se fala em nações indígenas independentes e isso não faz sentido, pois o conceito de nação não existia nestas comunidades, como também não havia o conceito de unidade territorial.
"Eu acredito que não se deve sacrificar os interesses históricos de um país com 160 milhões de habitantes por causa de nações fabricadas no papel por meia dúzia de burocratas, de Nova York ou Bruxelas, que, a pretexto de defender tradições indígenas, ficam a inventá-las".
O professor é contra a demarcação de grandes reservas indígenas. Para ele, é mais sensato buscar o ponto de equilíbrio sem que o desenvolvimento atropele as comunidades indígenas. Insatisfeito com o conceito sobre a preservação da Amazônia, diz que a importância ecológica que ela tem é menor do que se imagina. Por exemplo, diz que a história da Amazônia ser o pulmão do mundo é uma fraude.
"Se a riqueza que existe não for posta à serviço do homem, ela não serve para nada. Mas deve ficar claro que este potencial tem que ser usado de maneira inteligente, para não nos prejudicarmos e às gerações futuras. Acho difícil desenvolvermos a Amazônia sem pisarmos nos interesses internacionais e até nacionais, de idéias prontas na cabeça da intelectualidade de São Paulo e Rio de Janeiro", declarou Olavo de Carvalho.

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