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Projetos minerais no Brasil atraem a Bolsa de Toronto

Valor Econômico, Empresas, p. B4
21 de Jun de 2021

Projetos minerais no Brasil atraem a Bolsa de Toronto
País é o terceiro em empresas listadas na bolsa canadense na América Latina, mas há potencial para triplicar participação

Por Ana Paula Machado

A Bolsa de Toronto especializada no setor de mineração quer aumentar a presença no Brasil. Hoje, o país já tem 36 empresas e 99 propriedades listadas na TMX Group. O Brasil é o terceiro maior mercado para a bolsa canadense na América Latina e, segundo Guillaume Legare, diretor do TMX Group na América do Sul, a meta é fazer com que o país cresça em em captação e listagem em até três vezes nos próximos dez anos.

"Há muito projeto no Brasil na área de mineração. Os investidores estão olhando para riscos e oportunidades na America Latina. Hoje, na TMX há 410 mineradoras latino-americanas listadas e mil propriedades", disse Legare. O mercado brasileiro está atrás do México e Peru, os dois maiores em captação na bolsa canadense.

Conforme o executivo, para atingir esse objetivo a instituição deve estruturar equipes locais para facilitar o acesso ao capital das mineradoras brasileiras. "É importante ajudar a posicionar melhor os projetos. Queremos facilitar o acesso do capital canedense em empresas em fase de exploração, etapa em que já se tem o projeto mais avançado."

Segundo ele, para isso, a bolsa firmou um memorando de entendimentos com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e a B3 para formar equipes de gestão locais que possam fazer essa ponte entre o capital e os projetos.

O executivo disse que a Bolsa de Toronto e as instituições brasileiras estão na fase de entender o mercado e dividir as expertises. "Temos regras que são importantes para o nosso mercado. O relatório geológico, por exemplo, é uma forma da mineradora comprovar as suas reservas e com isso dar mais credibilidade aos projeto."

A norma 43101 é reconhecida internacionalmente e segundo ele fornece um valor mais consistente e melhores para as empresas de mineração. "Estamos trabalhando com a B3 para trazer os benefícios do nosso mercado e as nossas normas e que isso possa fazer parte da solução para o mercado brasileiro."

Segundo Legare, o investidor internacional sabe que a 43101 faz diferença na decisão do aporte. "Queremos trabalhar com a B3 e trazer a experiência do Canadá, tanto no lado regulatório como no ecossistema para o setor mineral."

Ele ressaltou que os investidores canadenses estão mais atentos às questões de governança e ás iniciativas em ESG dos projetos de mineração. "Temos um programa com muito sucesso para acessar mercado, com uma equipe de gestão com experiência no mercado de capitais canadense. Então, a nossa intenção é conectar os projetos de mineração com os investidores internacionais", afirmou o executivo.

Na bolsa canadense, as empresas de mineração levantaram US $ 44 bilhões nos últimos cinco anos por meio de mais de 6.500 transações. Isso representa 52% do número de financiamentos públicos de mineração concluídos e 37% do capital acionário da mineração levantado globalmente.

"Percebemos que no pós-covid há uma oportunidade para posicionar melhor os projetos de exploração. Em 2020, tivemos 30% de aumento no financiamento e queremos aumentar os números em 2021. Percebemos que há uma preferência dos investidores por projetos em metais preciosos e aqueles usados em bateria."

Valor Econômico, 21/06/2021, Empresas, p. B4

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/06/21/projetos-minerais-n…

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