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10 de Set de 2010
Indígenas representantes de várias entidades da etnia Paiter Suruí participaram do segundo módulo do curso de língua escrita Paiter, realizado no Fórum Paiter Suruí no início desta semana. O objetivo do curso, iniciado há alguns meses, é a formalização da língua, que tem vasta tradição oral e agora terá alfabeto próprio para registro escrito de textos, músicas e histórias da cultura Paiter.
Professor pioneiro
A iniciativa da formalização da língua Paiter partiu do professor indígena Joaton Suruí, que há vários anos ensina a língua, "o projeto é muito importante para o nosso povo, para resgatar e preservar a nossa cultura que está se perdendo. A escrita é o início de várias barreiras que ainda temos que superar", disse ele.
De acordo com o professor Indígena, após a conclusão desta oficina faltará apenas uma etapa para a conclusão dos trabalhos. Posteriormente terá início o trabalho de ensino da língua formal para os jovens indígenas em aldeias e escolas.
O projeto
Há quatro anos os setores de Educação Escolar Indígena, prefeitura e o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional se uniram para colocar em prática a ideia. A partir de 2007 a língua começou a ser 'formalizada', o alfabeto Paiter Suruí é formado por 34 letras, para construção das palavras, o projeto é feito em parceria com linguistas da Universidade de Brasília (UnB), que promovem a construção da língua escrita e trabalham em conjunto com os indígenas. A linguista Ana Sueli, da UnB, disse que sente orgulho em fazer parte do projeto, "é um trabalho muito lindo, do qual eu me orgulho de participar, a escrita suruí é de suma importância, abrindo caminhos para a comunicação e a divulgação da cultura Suruí", observou.
A linguista disse ainda que os mais jovens poderão aprender mais sobre a cultura indígena original, e com isso promover o registro histórico e cultural do povo, "eles poderão registrar e unir o povo Suruí em torno de sua cultura, registrando seus mitos, conhecimentos, músicas e a maneira de eles verem o mundo", concluiu.
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