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Projeto prevê desenvolvimento sustentável para comunidades indígenas

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
20 de Jan de 2003

Nós últimos anos o líder wapixana, Alfredo Silva, tem desenvolvido na comunidade Nova Esperança, reserva indígena de São Marcos, um projeto piloto que visa o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas de Roraima. O projeto tem um prazo de dez anos para ser posto em prática na sua plenitude. "Meu objetivo é tornar a comunidade Nova Esperança num pólo produtor de alimentos", disse.
O programa que está sendo coordenador por Alfredo Silva é o Pronesp [Programa de Desenvolvimento Sustentado da Comunidade Nova Esperança] e prevê ações na área do ecoturismo, criação de animais silvestre em cativeiro, psicultura, sistema agro-florestal, agroindústrias e investimento em infra-estrutura da comunidade.
Para a execução das ações foram firmadas parcerias com o Sebrae, Embrapa, Universidade Federal de Roraima (UFRR), Centro Federal de Educação Tecnológica de Roraima (Cefet-RR), Centro de Ciências de Roraima, Coordenadoria de Turismo do Estado, Proecotur - Programa do Ministério do Meio Ambiente - e com a Prefeitura de Pacaraima. Há ainda a parceria com o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (Pnud), na área da educação ambiental.
"Esses são projetos que demonstram que nós não estamos usando apenas de retórica. Demonstram que estamos buscando alternativas de parcerias que possam viabilizar a execução e o desenvolvimento de todas essas ações", disse Alfredo Silva.
HISTÓRIA - A terra indígena de São Marcos foi demarcada em 1976, como colônia agrícola indígena, num total de 654 mil hectares. É uma das áreas mais tradicionais do Estado. Os primeiros conflitos pela posse da terra começaram em 1985, quando o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) de então baixou uma portaria transformando a colônia agrícola em terra indígena.
Nesse período já estavam instalados na área 101 posseiros, que após um acordo firmado com a Eletronorte, para que fossem instaladas as torres de transmissão de energia, num raio de 67 quilômetros, foram indenizados e retirados do local, deixando a terra livre para os índios.
Ainda em 1985 foi feita a primeira verificação para a sessão do desmembramento da área que abrigava o núcleo urbano que mais tarde daria origem ao município de Pacaraima, criado no ano de 1987. Alfredo Silva diz que o crescimento desordenado do município acabou trazendo problemas para a região como: poluição, queimadas irregulares e exploração inadequada da terra, fatores que agridem ao meio ambiente.
"O crescimento da cidade de Pacaraima hoje é um processo irreversível. Mas a União pode criar mecanismos que solucionem os problemas hoje existentes, legitimando um limite para a expansão urbana e permitindo ao município [de Pacaraima] que tenha o devido controle do seu crescimento", observa.

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