Folha de Boa Vista
Autor: Shirleide Vasconcelos
15 de Jun de 2007
As entradas de terras indígenas contam com vigilância monitorada via rádio. Trata-se do Projeto de Proteção e Vigilância das Terras Indígenas (PPTAL), do Núcleo do CIR (Conselho Indígena de Roraima). A monitoração é feita pelos próprios indígenas de cada comunidade, que fiscalizam a entrada de pessoas estranhas, bebida alcoólica, drogas e garimpeiros.
Segundo o coordenador do PPTAL, Gecimar Morais, o projeto existe há dois anos e tem valor de R$ 2,5 milhões, dinheiro que está sendo utilizado conforme a necessidade de atuação nas comunidades. Os recursos são repassados pela Funai (Fundação Nacional do Índio), por meio do CIR.
Somente na Raposa Serra do Sol, o projeto dispõe de R$ 600 mil, onde há pretensão de construir uma cerca viva (plantação de árvores) na entrada. Em outras terras indígenas, serão construídas cercas de arame.
Morais esclareceu que a vigilância não é armada, e os índios já treinados pelo PPTAL para manusear os equipamentos ficam nas entradas das terras indígenas.
Atualmente o PPTAL atua em dez terras indígenas, entre elas, a Raposa Serra do Sol, Wai-Wai, Anauá, Wapixana, Jacamin e Moriru. Na fiscalização, quando uma comunidade identifica qualquer irregularidade, a providência cabe a cada tribo, devido às normas da comunidade, segundo explicou Morais. Porém, os dados são repassados por meio do rádio ao escritório do PPTAL em Boa Vista, para que seja emitido um relatório e haja a avaliação do projeto.
Morais explicou que as pessoas estranhas só podem entrar em comunidade indígena mediante autorização. No caso de bebidas, os índios que ficam nas entradas das terras indígenas pedem que a pessoa entregue o produto. "Se teimar demais, a comunidade pode até reter a pessoa até que uma autoridade compareça na área. Isso pode ocorrer principalmente em caso de tráfico de drogas", disse.
O coordenador do PPTAL afirmou que o programa já serviu para evitar crimes nas terras indígenas. Segundo ele, o problema mais comum nessas entradas é relacionado à bebida alcoólica praticado por índios e não-índios. Em segundo lugar, está a tentativa de pessoas não autorizadas passarem pela área indígena.
Como terceiro problema mais comum enfrentado pelos indígenas está o furto de gado das comunidades. Para o futuro, o projeto pretende ampliar as ações para outras comunidades e firmar uma parceria com as polícias Rodoviária e Federal, para estar atuando com vigilância nas áreas com acesso à rodovia.
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