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Projeto de financiamento coletivo quer levar aulas de informática para yanomamis

A crítica https://www.acritica.com/
Autor: Priscila Rosas
15 de Jul de 2018

Uma pequena quantia em dinheiro pode fazer uma grande diferença na vida dos yanomamis do rio Marauiá, no município de Santa Isabel do Rio Negro, distante a 684 quilômetros de Manaus. É o que pretende a jornalista paulistana Maria Fernanda Ribeiro com o financiamento coletivo para levar aulas de informática aos indígenas, lançado no dia 12 de junho.

Ela os conheceu em abril de 2017, por meio de uma amiga francesa que trabalhava junto com eles. À época, os yanomamis iriam receber alguns computadores e pediram ajuda dela. Ela voltou a São Paulo e retornou em novembro do mesmo ano. "Fiquei 15 dias lá. Desses, 12 foram de aulas. Foi um período de muito aprendizado tanto para eles como para mim", disse.

Durante esse tempo, foi ensinado apenas o básico de informática aos indígenas. Ela acredita que o projeto viabilizará à comunidade maior autonomia em suas próprias ações e, assim, eles fortalecerão sua cultura e protegerão seu território.

A opção pelo financiamento coletivo foi a forma mais viável de Maria Fernanda conseguir o dinheiro para ministrar as aulas. "Eu não tenho condições de bancar sozinha. Não é só a minha ida, minha passagem, tem também a questão do outro professor. Teremos que ir até Manaus e depois para Santa Isabel. De lá, irmos para a comunidade. Tem a logística dos próprios alunos que saem das comunidades para ir até o local. Tem a gasolina, tem a alimentação. Tentamos o apoio dos órgãos públicos, mas até agora nada. Então, vamos de financiamento coletivo", explicou a jornalista, que recebe mensagens de texto quase todos os dias dos indígenas perguntando sobre as aulas.

O dinheiro arrecadado pela campanha será utilizado nessa segunda parte das aulas de informática. Nela, eles irão a prender a usar programas como Word, Power Point e Excel, assim como fazer um ofício ou uma apresentação, por exemplo, e a organizar suas atividades.

O planejamento é que as aulas durem 30 dias e sejam ministradas por dois professores, na aldeia Bicho-Açu, próximo à Santa Isabel e cujo acesso se dá somente por barco. Além das aulas e gastos com deslocamento e hospedagem, é preciso pensar no cotidiano indígena. Tanto os professores quanto os alunos precisarão contratar um pescador para providenciar o alimento do dia e alguém que possa cozinhar. Isso é necessário porque o yanomami precisa se dedicar exclusivamente a aula e para isso, ele precisará deixar suas atividades de lado, como a roça, a produção de artesanato, pesca e etc.

Meta é arrecadar R$ 35 mil

Todas as aulas do projeto de crowdfunding serão filmadas e se tornarão um curta-metragem, a priori, disponibilizado a quem ajudar no projeto. A meta é arrecadar R$ 35 mil até o próximo dia 26 de agosto, quando o prazo para a colaboração estiver encerrado.

Até agora, já foram arrecadados R$ 8 mil. As aulas devem acontecer em outubro deste ano. O financiamento coletivo está disponível no site https://www.catarse.me/yanomami#about. O planejamento é que as aulas durem 30 dias e sejam ministradas por dois professores, na aldeia Bicho-Açu.

A idealizadora

Maria Fernanda de Almeida Ribeiro é autora do blog "Eu na Floresta" no portal do jornal Estadão (http://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/eu-na-floresta). A jornalista paulistana viaja pela Amazônia legal desde junho de 2016 e já conheceu sete estados.

https://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/projeto-de-financiamen…

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