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Projeto da Funai é um alerta contra discriminação aos indígenas

Site da Funai
09 de Out de 2003

A Coordenação-Geral de Documentação (Cgdoc), da Fundação Nacional do Índio promoverá, entre os dias 16 e 31 de outubro próximo, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, o projeto "O índio na literatura infanto-juvenil no Brasil". O evento, que conta com o apoio do GDF, traz a literatura infanto- juvenil para o centro das atenções, destina-se ao público infanto-juvenil e a todos os interessados em aprender, de forma lúdica e descontraída, um pouco mais sobre a realidade e a forma de ser e viver dos povos indígenas do Brasil. As atividades ocorrerão de segunda a sexta, entre 9 e 12h, 14 e 18, e aos sábados e domingos, entre 11 e 17h.

A programação prevê a realização de oficinas de criação literária, com a participação do escritor indígena Gabriel Tariano, do povo indígena Tukano, e de Ciça Fittipaldi, escritora e artista plástica com várias publicações sobre a temática indígena; apresentações musicais, com a do coral de crianças indígenas Guarani; teatrais, com a participação do grupo de teatro Mamulengo Presepada, além da apresentação de filmes sobre a temática indígena; brincadeiras; rodas de leitura; exposição de arte indígena e de desenhos da artista Ciça Fittipaldi. Ainda haverá o lançamento do catálogo O índio na literatura infanto-juvenil no Brasil e do novo número do Jornal da Maloquinha, publicados pela Funai.

O objetivo principal do projeto é chamar a atenção para a necessidade de crianças, jovens, pais e educadores repensarem a imagem que têm dos povos indígenas, uma vez que, tanto na literatura como no cinema, TV ou outros meios de comunicação, eles são representados de uma forma que, na maioria das vezes, pouco condiz com a realidade. Isso porque raramente são percebidos como pessoas que, apesar de serem portadores de culturas diferentes da que caracteriza a sociedade brasileira majoritária, também têm direitos e deveres, pelos quais têm lutado incansavelmente ao longo dos anos de contato com os não-indígenas.

A Cgdoc/Funai, promotora do evento é responsável por difundir o interesse pela questão indígena entre a sociedade, desenvolvendo, entre outros projetos, um plano editorial anual, o qual conta com diversos títulos publicados sobre a questão indígena. Atua junto ao público infanto-juvenil há onze anos, mantendo projeto voltado especificamente para esta faixa etária, com grande sucesso: o Projeto Maloquinha. Por meio dele, cerca de 15 mil estudantes do Distrito Federal e do Entorno são atendidos a cada ano, tendo acesso a informações sobre as sociedades indígenas do Brasil ao participarem de atividades que visam a informar de forma lúdica e divertida.

O projeto "índio na literatura infanto-juvenil no Brasil" contribui para que a percepção sobre o que significa ser indígena no Brasil possa ser aguçada, aperfeiçoada e revista. Uma vez que, historicamente, é marcada pelo preconceito, pela discriminação, pela incompreensão. Equívocos construídos e reproduzidos ao longo de mais de cinco séculos de uma relação bastante conflituosa entre indígenas e não-indígenas, e que tantas perdas já geraram para todos os envolvidos. Portanto, a expectativa da Funai é que todos os participantes tenham a chance de perceber que o preconceito e a discriminação, de que são vítimas os povos indígenas, assim como negros e outros segmentos de nossa sociedade, são comportamentos muito prejudiciais. A reflexão sobre uma possível mudança de pensamento é importante.

O Memorial dos Povos Indígenas é espaço que chama atenção por sua arquitetura, além de contar com uma exposição permanente de arte indígena, e cujo público é composto especialmente por estudantes do Distrito Federal e turistas em visita à cidade.

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